Capítulo 9

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Felipe

Sentei na sala de descanso dos enfermeiros sentindo uma profunda angústia pela demora dos resultados dos exames da Paulinha.
Ela chegou aqui há 2 dias e desde então sinto um carinho grande por ela, talvez seja por causa da forma com que ela conquistou meu coração, ou porque eu amo crianças e sou louco para ser pai.
A única coisa que sei, é que a Paulinha é uma crianca extremamente especial e que não merece nada, absolutamente nada de ruim em sua vida, aliás, nenhuma criança merece.
Olho meu celular e não vejo nenhuma mensagem da doutora Valentina, respiro fundo e encosto no sofá.

- Tudo bem, irmão?

William surge na sala segurando um copo de café, sei que é por causa do cheio que exala dentro do ambiente.
Ele senta no sofá a minha frente e franze a testa, bebendo um gole do café.

- O que aconteceu?

- Uma garotinha que estou cuidando com a doutora Valentina pode estar com leucemia.

- Pesado... quantos anos?

- 5 anos...Quase um bebê.

Ele balança a cabeça assentindo e bebe mais do seu café.

- Então você não vai mais na balada?

- Talvez eu vá... Não tô no clima. Mas talvez eu vá, pra esfriar a cabeça.

- Fiquei sabendo que a doutora Noemi vai estar lá.

- Como?

- Ela mesmo! O Diogo disse que viu ela combinando com uma das enfermeiras e a doutora Gabriela, a outra obstetra.

Não respondo.

- O que me leva a pensar: será que ela vai ficar com alguém nessa balada? Desde que conhecemos ela, ela sempre está no hospital. Dia e noite. Toda hora. Nunca vimos ela com ninguém. Não namora ninguém. Parece que o Hospital é o marido dela.

Reviro os olhos.

- E se for? O que você tem a ver com isso, William?

- Nada, uê... mas uma mulher como a doutora Noemi não deveria estar sozinha por aí... Se ela der brecha, eu vou tentar algo com ela!

Ele diz gargalhando, reviro os olhos e levando saindo da sala de descanso, deixando William falando sozinho.
Quando faço menção de entrar no elevador, escuto a voz da doutora Valentina, imeditamente me volto para ela e vou ao seu encontro.

- Saiu?

- Sim... infelizmente é leucemia.

- Qual tipo?

- Pelos exames, é LMA.

- Droga... - passo meus dedos por meus cabelos sentindo uma vontade imensa de chorar.

- Temos que dar a notícia, preciso que venha comigo, elas gostam de você.

- Tudo bem... eu... eu só preciso de um tempo, tudo bem?

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