Capítulo 19

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Felipe

- Por que está acordado há essa hora, filho? Emergência no hospital?

- Não! Não... Só estou sem sono... E preocupado.

Mamãe franze a testa, amarra seu roupão e senta no sofá ao meu lado.

- Preocupado com o que, querido?

- Com a Noemi... A doutora Noemi.

- Quer me contar?

Respiro fundo.

- Melhor não, mãe. É uma coisa dela e eu não tenho direito de ficar falando.

- Está certo! Esta certo!

Bebo um gole do meu café, coloco a xícara na mesinha de centro e então deito minha cabeça no colo da minha mãe, que sorri e acaricia meu cabelo.
Ficamos por um tempo assim, com ela me dando carinho enquanto meus pensamentos se perdem em Noemi.
Será que está bem?
Será que a Dra. Valentina está com ela?
Será que teve alguma crise?
Queria estar ao lado dela e eu também queria acabar com a raça daquele desgraçado.
Eu só queria ser o Porto Seguro dela, ser quem ela possa recorrer quando estiver com medo.
Ah, Noemi...

- Está se apaixonando por essa doutora, Felipe?

Sinto meu coração acelerar, então levanto e olho para ela.

- Por que a pergunta, mãe?

- Eu olho para você, e quando vejo como voce fala dela, como se preocupa com o bem estar dela e tudo isso me faz pensar que está gostando dela.

Respiro fundo.

- Isso é um sim?

- Eu não sei...

- Ainda gosta da Cíntia?

- Não, claro que não! A Cíntia acabou com a minha vida. E eu consegui reconstruir a minha vida depois de muita luta. A Cíntia é um passado, mãe.

Ela balança a cabeça assentindo.

- Então está gostando dessa doutora? O que sente por ela?

- A Noemi é frágil e ao mesmo tempo tem uma força tão espetacular! Uma força que encanta as pessoas. Ela faz um trabalho lindo com aquelas mulheres e tem um amor, um carinho grande pelos amigos. Ela sofreu tanto e ela pegou todo esse sofrimento e transformou em amor, amor pelo trabalho, pelos amigos, pela vida... Ela transformou toda aquela dor e aquele sofrimento em combustível para crescer e se tornar a mulher maravilhosa e incrível que ela é.

- É, definitivamente, você está gostando dela!

Balanço a cabeça assentindo, aceitando que talvez tudo isso, todo esse sentimento, todo esse cuidado, todo esse carinho, toda essa vontade de proteger ela seja mesmo o início de algo que está nascendo aqui dentro de mim.

- Acha que ela sente o mesmo?

Levanto.

- Mãe, vamos parar com esse assunto! Está tarde e eu tô cansado.

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