Durante a viagem, dessa vez com o jato de Alexandre, me sente na poltrona e bebi um chá gelado. Eu queria mesmo era tomar uma dose de uísque e um calmante e dormir, mas tentei me manter firme. Há muito tempo eu não bebia e não sabia se Alexandre estava pronto para isso.
Ele se manteve calado o caminho todo mas eu sabia que ele também estava pensando mil coisas.
- Ei! Também não consegue dormir?
- Parece que isso não é problema pra eles - disse apontando nossos seguranças
- Como você está? Está sentindo alguma coisa?
- Estou bem, um pouco de dor de cabeça apenas.
- São três crianças lindas. Quer me falar sobre eles?
- São meu mundo! - eu sorri e ele sentou mais próximo de mim - Eles são lindos, são perfeitos! E por eles que eu quis vir resolver tudo. Não quero viver fugindo nem escondida! Eu não podia deixar as coisas assim, mas quando Carlos e Rodrigo mexeram com eles... não sei expressar a raiva que senti! Eles queriam usar as crianças para me manipular, pra te atingir e meus filhos não farão parte disso.
- A conversa com Augusto te perturbou
- Sim, eles estão com ele. Não confiei em deixá-los na ilha. Não era seguro para eles. Parece que eles estão com febre, Augusto não entrou em muitos detalhes. Eles tem a saúde frágil.
- E por que você não está com eles?
- Porque eu tinha que conversar e resolver as coisas com você. O que aliás, nem sei se funcionou. Você vai parar de mandar pessoas me procurarem?
- Sim.
- Sem sequestros?
- Sim
- E sem ameaçar ou envolver meus filhos de qualquer forma?
- Claro que sim! Jamais faria isso. Mas você também disse que não iria fugir.
- Não vou.
- O que aconteceu com você e Rodrigo? Como vocês estão?
- Pra mim, nós acabamos. Não vou voltar para ilha. E não quero ter mais nada com ele. Não sei como ele vai lidar com isso, pelo visto, não da melhor forma possível...
- Você acha que ele vira atrás de você?
- Parece que já está vindo! E não é a mim que ele quer, ele quer te atingir.
- Por que?
- É o que o pai dele quer e ele sempre fará o que o pai quer.
- Nós daremos um jeito.
- Eu aceito a sua ajuda. Eu aceitei a de Rodrigo uma vez e foi um erro.
- Você acha que nos temos alguma chance?
- Não sei. Talvez, se houver amor, respeito... mas está tudo bem, não estou te pedindo isso, nem nada...
Ele me sentiu se ao meu lado e me abraçou. Senti ele beijar o topo da minha cabeça, logo adormeci.
Acordei com os dois conversando pelo telefone.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu te faço livre
RomanceContinuação do livro "Me faça sua, me faça livre!". Aqui continuamos a história improvável de Alexandre e Sofia. Nesse momento Sofia sabe o preço que pagou para ter seus filhos e o quanto custou viver um amor de sonhos. Agora ela precisa lutar para...