Capítulo XLI

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          Durante a viagem, dessa vez com o jato de Alexandre, me sente na poltrona e bebi um chá gelado. Eu queria mesmo era tomar uma dose de uísque e um calmante e dormir, mas tentei me manter firme. Há muito tempo eu não bebia e não sabia se Alexandre estava pronto para isso.

          Ele se manteve calado o caminho todo mas eu sabia que ele também estava pensando mil coisas.

          - Ei! Também não consegue dormir?

          - Parece que isso não é problema pra eles - disse apontando nossos seguranças

         - Como você está? Está sentindo alguma coisa?

          - Estou bem, um pouco de dor de cabeça apenas.

          - São três crianças lindas. Quer me falar sobre eles?

          - São meu mundo! - eu sorri e ele sentou mais próximo de mim - Eles são lindos, são perfeitos! E  por eles que eu quis vir resolver tudo. Não quero viver fugindo nem escondida! Eu não podia deixar as coisas assim, mas quando Carlos e Rodrigo mexeram com eles... não sei expressar a raiva que senti! Eles queriam usar as crianças para me manipular, pra te atingir e meus filhos não farão parte disso.

          - A conversa com Augusto te perturbou

          - Sim, eles estão com ele. Não confiei em deixá-los na ilha. Não era seguro para eles. Parece que eles estão com febre, Augusto não entrou em muitos detalhes. Eles tem a saúde frágil.

          - E por que você não está com eles?

            - Porque eu tinha que conversar e resolver as coisas com você. O que aliás, nem sei se funcionou. Você vai parar de mandar pessoas me procurarem?

           - Sim.

           - Sem sequestros?

             - Sim

              - E sem ameaçar ou envolver meus filhos de qualquer forma?

              - Claro que sim! Jamais faria isso. Mas você também disse que não iria fugir.

              - Não vou.

              - O que aconteceu com você e Rodrigo? Como vocês estão?

                - Pra mim, nós acabamos. Não vou voltar para ilha. E não quero ter mais nada com ele. Não sei como ele vai lidar com isso, pelo visto, não da melhor forma possível...

             - Você acha que ele vira atrás de você?

             - Parece que já está vindo! E não é a mim que ele quer, ele quer te atingir.

             - Por que?

            - É o que o pai dele quer e ele sempre fará o que o pai quer.

            - Nós daremos um jeito.

             - Eu aceito a sua ajuda. Eu aceitei a de Rodrigo uma vez e foi um erro.

              - Você acha que nos temos alguma chance?

             - Não sei. Talvez, se houver amor, respeito... mas está tudo bem, não estou te pedindo isso, nem nada...

            Ele me sentiu se ao meu lado e me abraçou. Senti ele beijar o topo da minha cabeça, logo adormeci.

            Acordei com os dois conversando pelo telefone.

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora