Capítulo XXXI

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     Augusto e eu seguimos para uma pista de voo irregular. Era usada para transportar coisas e pessoas que não deviam estar sendo transportadas.

     Rodrigo aparece quando estou prestes a entrar no avião e ouço seu grito de longe. Eu o olho, e sinto tristeza por deixá-lo, por ele ter sido outro engano meu.

     Quando finalmente entro, Augusto me olha e há tristeza em seu olhar. Ele segura dois bebês enquanto um homem que não conheço ajeita o outro na cadeirinha.

       - Eu sinto muito Sofia, pela bagunça que fiz na sua vida.

        - Não sinta, me ajude a arrumar.

       - Me diga o que posso fazer.

       - Primeiro quero que cuide e seja o padrinho deles.

      - O padrinho deles?

       - Sim, seja o Don deles. - digo sorrindo. - tudo o que eu quero é que eles possam crescer em paz, ser crianças, ter a infância que você teve.

       - Eu entendo. Juro pela minha vida.

       Nós nos abraçamos e Augusto está apaixonado. Nos sentamos depois de um tempo abraçado, nos soltamos pois o avião vai decolar.

       - E então?

      - Vamos lá. Nos sentamos na mesa e ele nos serve uma bebida. Eu apenas tomo água.

       - Primeiro preciso garantir que eles estejam aquecidos, alimentados e seguros.

       - Certo, posso cuidar de que eles tenham tudo o que precisam.

       - Se algo me acontecer também. 

       - Eu vou cuidar deles. Você vai dizer a Alexandre

        - Vou, e preciso que ele aceite que ele não pode tomar meus filhos de mim  

       - Mas você sabe que ele vai querer fazer parte da vida deles.

       - Sim, sem problemas, não vou me opor. Mas quero que eles sejam crianças normais. ralem os joelhos, não vivam cercados de excesso, tenham limites e noção de certo e errado. E sei que vai ser difícil para ele me perdoar.

        - E você conseguiu perdoá-lo?

       - Digamos que podemos colocar uma pedra em cima disso.

        - Você ainda o ama?

        Eu não sei o que responder. penso por um segundo. fecho meus olhos e respiro fundo. Olho para meus filhos, que estavam em sua cadeirinha.

        - sim.

        - oh meu Deus! Eu sabia! Eu sempre soube!

       - calma ai teenager!! Isso não quer dizer nada, apenas sou sendo honesta a sua pergunta. - ele faz uma celebração espalhafatosa e toma um longo gole de uísque. - quando nós convivíamos, ele gostava de tomar vinho. O trabalho estava pesando sobre ele.

         - Tenho alguma chance de ele não me amarrar a cama e me manter drogada e presa a ele?

Augusto me olha surpreso. Intrigado.

        - É esse seu medo?

         - Ele toma tudo de mim. Ele me tira a vida sem me matar. Eu não quero mais fugir, mas eu não consigo ficar perto dele sem me perder.

        - E se ele não aceitar?

         - Eu vou enfrentá-lo até o fim.

         - Sofia...

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora