Capítulo XLVI

59 2 0
                                    

ALEXANDRE

       - Temos visita!

        - Bebês! - Assim que eles a viram, esticaram os bracinhos para ela, a menina, já começou a resmungar e a chorar, para ganhar o colo da mãe. Eu a ajudei a se sentar e fui colocando eles no colo dela. A menina se jogou em cima dela e tive medo que a machucasse. Ela se apoiou na mãe e grudou no seu pescoço, enquanto os meninos foram um em cada lado.

        As crianças, embora já tivessem um ano, eram bem pequenas para a idade. A enfermeira me explicou que por serem prematuros eles iriam ter o ritmo próprio de desenvolvimento. Eles não ficavam de pé e não andavam ainda, mas engatinhavam bem.

        O médico finalmente percebeu que estava sendo um intruso e foi embora. Ele assinou a alta dela, com a condição de que ela passasse por consultas regulares, o que eu disse que ela faria.

        - Alexandre, essa é Isadora, esse é o Enzo e esse é Mateus. - Eu estava emocionado demais - seus filhos. Eu os abracei aos quatro, desajeitado, ente bebês, mamãe e fios.

        - Augusto, venha aqui, vamos tirar uma foto! - ela estava toda feliz. Meu Deus! ela estava tão linda, ainda com expressão cansada, até um pouco abatida, mas o brilho nos seus olhos reluziam e iluminava o quarto todo.

       Eu me posicionei ao lado dela e a beijei no rosto, então Augusto bateu a foto. Eu virei o rosto dela para mim e dei outro beijo nela, dessa vez nos lábios. Augusto bateu outra foto. Mas uma mãozinha pegajosa tentou me empurrar. Parece que minha menina era ciumenta.

       Augusto pediu que uma enfermeira que passava pelo corredor tirasse uma foto de todos nós, ali, juntos, sorrindo e felizes.

       - Vamos para casa meu amor - senti que ela ficou apreensiva quando disse essas palavras. ela ficou tensa e olhou para Augusto. Talvez pedindo socorro? - O que foi querida? Não quer ir para nossa casa?

       - Alexandre... eu te falei... eu não voltei para sermos um casal, para que... quer dizer, não precisa ficar comigo... só por causa das crianças... Eu posso ficar em outro lugar, também não quero confundir a cabeça deles.

        Vi que Augusto ficou em alerta mas não disse nada.

        - Eu entendo Sofia... e não é nada por causa das crianças... Você sabe o quanto eu... - me segurei - o quanto é especial para mim. É apenas uma questão de praticidade. Assim eu posso cuidar de vocês.

         - Está tudo bem, eu estou bem...

          - Por favor... eu não pude cuidar de você antes, me deixe cuidar de você agora. Você viu quantas recomendações o médico deu, e além do mais, são três... pelo menos por enquanto, até nos organizarmos...

         - Sofia, é o lugar mais seguro. Nós ainda devemos resolver definitivamente a situação com Carlos. - Augusto disse

Ela ficou apreensiva, e eu fiquei com raiva de Augusto por assustá-la, não queria que ela se preocupasse com essas coisas agora, mas pelo menos ela concordou.

        - Querida, não quero que vá só por medo. Eu cuidarei da sua proteção. Quero que você se recupere bem, e depois podemos decidir isso, juntos.

        - Obrigada, aos dois. Acho que faz sentido mesmo ficar na mansão. Assim que possível, quero achar um lugar pra nós.

         Não era bem o que eu queria, mas eu ganharia tempo até fazê-la mudar de ideia.

        Enquanto Augusto pegava as crianças e as coisas delas, eu a ajudei e fomos embora.

        Na frente do hospital havia seis carros, com quatro homens dentro. Eu sabia que não havia mais ninguém de Rodrigo ou de Carlos na ilha, mas achei que seria interessante mostrar poder. Que eu estava de volta.

        Cheguei em nossa casa e admito que estava fisicamente cansado, mas a mente estava a mil por hora. Eu estava tão feliz em ter minha família que tinha medo de piscar os olhos e eles sumirem. Eu ajudei Sofia a instalar os bebês, meus filhos. Minha Isabela, meu Enzo e meu Mateo. Ela disse Mateus, mas bem, na Itália, seria Matheo. A levei para o meu quarto.

      - O que é isso? Eu posso ficar em outro quarto... não quero tirar você daqui.

        - Eu mal consegui entrar aqui depois que... você saiu. Sua presença estava aqui o tempo todo. Fique. Eu durmo em outro quarto.

        - Obrigada. Posso trazer um berço para as crianças? Nós não costumamos dormir separados.

         Estranhei o pedido dela, mas fiz como ela pediu. Como ela e Rodrigo transavam? Me doía pensar sobre isso, claro, mas eu queria entender o que tinha acontecido entre os dois.

        - O que foi Alexandre?- Droga, ela estava ainda mais observadora.

         - Só que... você sempre dormia com eles?

        - Eles tinham o próprio quarto, mas eu gosto de dormir com eles.

        - E como vocês...

        - Você está se perguntando da minha vida sexual com outro homem?

        - Desculpe, não quis ofender....

        - Como foi sua vida sexual com outras mulheres? Você já fez exame para DST? Preciso me preocupar de você beijar meus filhos com essa boca?

        - Calma gatinha... não quis ofender... sim, eu fiz exame de DST, estou limpo.

        - Vamos resolver essas pendências de uma vez por todas. Eu vou tomar um banho e te vejo no escritório.

        Ela se virou e ia me dando as costas. Eu não pensei direito. Sempre que ela fazia isso, uma parte de mim se irritava por ela me deixar falando sozinho enquanto a outra parte de mim se lembrava dos nossos momentos, e essa parte ganhou. A puxei pelo braço, a virei para mim e com meu corpo eu a empurrei enquanto ela dava passos para trás, até encostar numa cômoda, próximo a porta.

       Por um segundo refleti sobre o que estava fazendo, eu não podia estragar tudo dessa vez.

      Aproximei meu rosto do dela, sentindo o cheiro dela. Normalmente ela era muito cheirosa de perfume, mas dessa vez era só o cheiro de sabonete e dela. Delicioso. Vi que a respiração dela se acelerou, eu me contive e não a beijei. Subi minha mão para sua nuca, segurei seus cabelos e dei um puxão de leve, apenas para fazê-la inclinar a cabeça e ficar na posição de beijá-la. Meu pau já estava duro e pulsando. Essa mulher tinha me enfeitiçado por várias vidas.

        Passei meus lábios pelo rosto dela, pelos lábios, sem me demorar ali, desci pelo seu pescoço e suspirei fundo, querendo absorvê-la.

       Sem dizer nada, a soltei e sai. 

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora