Capítulo XLVIII

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- quem era aquela pessoa pra quem você ligou?

- Eu liguei para um antigo contato, ele é um hacker excelente.

 - ele é de confiança?

 -  Da minha confiança sim, mas se você preferir, pode investigar ele também, mas não o machuque.

 - você gosta dele?

 - claro que gosto! Ele é meu amigo... ou era...

-ele era seu namorado?

- não - eu ri. Meu amigo nerd era bem mais novo do que eu e tinhamos uma relação de irmãos. - está com ciúmes? - Alexandre estava sério e um pouco emburrado, mas procurou disfarçar, mas mesmo assim eu notei.

         Nós estavamos no meu quarto, ou melhor no quarto dele, quer dizer, no nosso quarto, eu nem sabia mais e aquela situação era confusa, mas eu procurava não pensar nisso.

 - os capangas que ficam na nossa casa... quero que sejam investigados e que haja sempre uma equipe fixa, sem alterações de última hora.

 - desconfia deles?

- de todos Ale, são nossos filhos. Que até uma semana atrás, Rodrigo os criava como se fossem dele.

        Eu não falei com a intenção de ofende-lo, mas que ele entendesse que eu me preocupava demais.

 - me desculpe, não quis dizer... eu... não quero... - eu me atrapalhei. Eu nunca quis que aquilo acontecesse.

 - está tudo bem. Eu entendo. Vamos recuperar o tempo perdido. - ele sentou se ao meu lado e me abraçou. apenas abraçou. Confesso que fiquei esperando ele tentar algo mais, porém ele não fez.

 - está feliz? - eu  perguntei. E ele abriu aquele sorriso lindo, sem reservas, que era tão incrivel.

 - sim. E você? Está feliz?

 - Não completamente. Estou preocupada. E por favor, não me diga apenas para não me preocupar, porque eu não conseguiria.

- Jamais diria tal absurdo! - ele estava debochando de mim. - Mas eu estou aqui, você pode contar comigo para dividir as preocupações.

 - Eu tenho medo o tempo todo. medo deles ficarem doentes. medo de alguém entrar por alguma porta e os levar embora. Medo de algo acontecer comigo e eles ficarem sem mãe... eu me sinto apavorada o tempo todo! - no momento em que eu disse aquilo, meu peito doeu, como se eu tivesse tocado na ferida ainda não cicatrizada. Eu queria chorar, de dor, de medo e de exaustão.

- você é livre para ir, não vou te prender aqui.

 - mas eles ainda serão seus filhos, não importa aonde eu me esconda. Alguém sempre vai procurar por eles. Preciso de ajuda para protege-los.

       Alexandre que estava sentado ao meu lado, parou de joelhos diante de mim, enquanto eu escondia meu rosto entre as mãos. Ele empurrou meus joelhos e entrou ali, entre as minhas pernas e me abraçou. Eu encostei meu rosto no pescoço dele e me permiti respirar, me sentir segura, só por alguns minutos. mas meu corpo rebelde pareceu não concordar e teve a reação mais ridicula, começou a chorar.

 - calma bella... está tudo bem... tudo bem... - e ele acariciou meus cabelos e me deixou chorar ali mais um pouco.

      Quando eu me acalmei, ele me soltou e lavei o rosto. me arrumei um pouco, sabendo que não poderia esconder os olhos vermelhos.

- Alexandre é hora de descer.

- Por que?

 - mendonza não deve desconfiar de nada... é melhor que você va até ele e finja que está tudo bem... - ele respirou fundo e colocou a máscara do don.

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora