Capítulo XXV

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RODRIGO

         Eu estranhei a reação dela. Ela parecia bem demais. o que afinal de contas meu pai veio fazer aqui? Pelo humor dela, deve ter sido uma conversa agradável.

         Quando terminamos, eu me levanto da cama e vou tomar um banho. Ela vem atrás de mim. Sei que ela está com fome porque ouvi seu estômago roncar. Embora ela tivesse toda ajuda, sei que algumas coisas ela fazia questão de estar presente para os ratinhos, além da rotina de cuidados que ela se impunha, ela levantava às cinco da manhã. Normalmente essa hora ela está indo dormir. Mas ela não parece sonolenta, parece agitada. Droga, não sei se meu pai falou merda ou não. Claro que eu tenho como saber exatamente o que foi, há câmeras no apartamento. Temos as câmeras de segurança e algumas câmeras escondidas e com alimentação de energia separadas, se cair a energia elas vão funcionar, ainda que no escuro, além de ter um acesso a internet separado da casa, caso falte a nossa comunicação, elas ainda estarão conectadas, tudo de melhor para a segurança da minha família. Além dos seguranças discretamente atendendo do lado de fora.

          Ela tomou uma ducha em silêncio e me seguiu. Fomos para a cozinha onde ela esquentou a lasanha e nos serviu. Eu coloquei a mesa e esperei.

          Assim que servi a taça de vinho notei que ela tomou tudo de uma vez

        -E então Rodrigo, vai me contar o que está acontecendo?

         - Sobre o que querida?

         - Sobre quais são suas intenções e as de seu pai. Você sabe que ele veio aqui e sabe o que ele quer.

         - Querida... Veja bem... eu não sou o meu pai, eu não participo ativamente dos negócios dele.

          - Comece a falar agora.

        - Querida...

          - Para... Comece a falar, eu não quero ouvir conversa fiada!

         - Sofia....

         - Comece.

         Respiro fundo. Eu posso inventar uma mentira mas ela não vai engolir qualquer coisa. Depois de Alexandre ela não acredita em ninguém.

         - O que meu pai te falou?

          - Ele quer usar meus filhos e eu não aceitei. - pela minha cara ela logo notou que eu sabia do assunto. - Isso também me desagrada. Prefiro o Alexandre longe.

         - Rodrigo, eu estou perdendo a paciência! - ela disse e deu um tapa na mesa.

        - Vai acordar as crianças.

         Ela não disse nada.

        - Meu pai mencionou que, se Alexandre soubesse dos filhos, meu pai poderia ter um poder maior de barganha, e como você tem direito a metade dos bens dele.

        - Ótimo, então eu sou uma égua a venda e meus filhos são como potros de puro sangue!!

        - Olha, eu sinto muito meu pai ter vindo...

         - Presumo que ele já tenha falado com você sobre isso.... - fico em silêncio, ele tem isso como uma afirmativa - e pelo visto você não tirou isso da cabeça dele. - Eu sabia aonde isso ia levar. Ela ia começar a achar que eu pactuava com isso. - Não, eu não concordo com isso! Eu não tenho nada a ver com isso.

       - A menos que você possa me garantir que vai impedir isso de continuar eu não estou gostando do rumo dessa conversa.

        - Baby, já lhe disse, não vou deixar que nada aconteça com vocês! Ninguém vai machucar vocês! 

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora