Capítulo LVI

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        Alexandre

        Desde daquele tão importante eu me sinto andando numa corda bamba, ao mesmo tempo que recuperei todo o meu poder como capo de tutti, o Don supremo, ainda sinto um medo fenomenal de perder minha esposa.

         Sim, minha esposa.

        Nós ainda não nos reconciliamos completamente, mas eu sinto que vamos. Sofia permite que eu me aproxime dela cada vez mais. Eu posso abraçá-la sempre que eu quero, e eu faço questão de sempre depositar um beijo em seu rosto, seu pescoço... as vezes passo meus dedos no braço dela, só para sentir o arrepio que a minha presença causa no seu corpo.

         Em alguns momentos, eu leio a linguagem corporal dela, sei que ela está excitada comigo, seu corpo pede por mais beijos embora as vezes sua mente relute em aceitar que ainda me ama.

        Ainda sinto que ela resiste a transarmos, e honestamente, sei que poderia seduzi-la e faze-la ceder, mas tenho medo, se ela se sentir manipulada ou forçada, ela pode fugir de mim de novo, e eu morreria. Simples assim. Então eu tenho paciência.

        Prefiro ter paciência do que morrer um pouco todos os dias.

       Isso não significa que eu vá ficar parado. Desde que a pedi em casamento na primeira vez desde seu retorno, ou melhor, na segunda vez, ela disse não... bem, foi mais um desafio do que uma negativa.

          Hoje, faz trinta e quatro dias que estou completamente sóbrio das drogas e das bebidas alcoólicas. Tenho feito terapia e muito, muito treino, pois só assim não enlouqueci. E claro, a presença dela, que é meu calmante, meu remédio, minha cura e minha salvação.

        Então, para comemorar, me levanto mais cedo, desço até a cozinha e encontro a cozinheira ainda sonolenta na cozinha. Ela se assusta ao me ver.

       - buongiorno!

         - Buongiornio Maria! Preciso de sua ajuda - a mulher arregala os olhos para mim como se tivessem nascidos chifres na minha testa. - gostaria de fazer um café da manha para minha esposa.

         A cara de espanto de Maria dá lugar a um sorriso de quem está participando de uma conspiração.

        - pois não senhor, em alguns minutos terei tudo pronto.

          - prepare uma bandeja que vou levar para ela na cama.

            - está certo senhor.

         Subo de novo, passo pelo quarto dela, nosso quarto e ela está dormindo pesado, ela tem me ajudado muito nos negócios, tem se mantido ocupada além de cuidar dos nossos filhos, que as vezes, pareciam três pestes.

       Vou até o quarto deles, e o vejo dormindo. Me aproximo deles para dar um beijo em cada um no seu berço. Como eu sou um cara de sorte. Beijo Enzo, beijo Mateo e quando vou beijar Isadora, ela abre os olhos por alguns segundos e segura minha mão. faço carinho na cabela dela para que ela volte a dormir, mas parece não funcionar, pois ela se apoia em mim e tenta se sentar.

        Bom, nosso café da manhã acabou de ficar mais agitado.

       Pego Isadora no colo e encontro com Maria no corredor, que trazia uma bandeja de café da manhã com uma rosa.

        Maria me ajuda a arrumar tudo no quarto e sai. Já que tenho uma pequena intrusa no meu momento romântico, coloco a na cama ao lado da mãe, e ela se encarrega de acordá-la.

        Sofia abre os olhos ainda sonolenta, mas abre um sorriso tão lindo ao nos ver que prometo que vou fazer isso mais vezes.

       - buongiorno mi amore!

        - Buongiono amore - ela me chamou de amor de novo. Ponto pra mim. Tiro uma mecha do cabelo dela do rosto e dou um beijo no rosto dela. Mas não me aguento. Seguro o rosto dela de leve e dou um beijo casto nos lábios dela. Ela corresponde.

        Sei que ela fica sem graça de beijar na boca enquanto não escova os dentes, mas eu não me importo, nunca me importei. Ela tenta desvencilhar, mas eu insisto. Relutante, ela corresponde, mas as mãozinhas de Isadora me puxam, minha princesinha é ciumenta.

        Entrego o suco de laranja para que ela beba um gole e bem, continuo a beija-la, e por um milagre ela deixa. Então Isadora escala o colo da mãe e se coloca entre nós dois.

       - Parece que perdi. Mas não sem lutar. Pego Isadora e a jogo na cama e começo a fazer cócegas nela e a enchê-la de beijos. Sofia gosta de brincadeira e faz o mesmo.

         Quando Isadora termina de receber sua punição, eu paro e a puxo para mim, cheirando o aroma de morango e bebe dela.

         Isadora é uma menina muito sorridente, alegre e gosta de chamar a atenção com gracinhas. Ela tem a pele bem branquinha e é muito parecida comigo, embora eu ache que ela lembra a minha mãe, pelo jeito de sorrir, pelo formato dos lábios.

        - Adorei acordar assim.

        - Era para ser mais romântico, mas parece que alguém não concordou. - Sofia deu a ela um pedaço de maçã que ela agora estava entretida comendo, ou chupando.

        Ouço batidas na porta do quarto, e antes que eu pudesse mandar alguém a merda, o barulhinho de Enzo chamando a mãe me desarma.

       - Potrete entrare!

        - Cabe mais alguém nesse café da manhã? - Augusto percebe minha frustração e ri, enquanto carrega Enzo e Mateo, um em cada braço.

         Todos se acomodam na cama ao lado de Sofia e eu ligo para que Maria traga o café da manhã para todos aqui no quarto. Dei me por vencido, mas muito feliz.

           Maria e outra mocinha trouxeram um café da manhã e mamadeiras. Sofia estava tão feliz e rindo, que fazia muito tempo que eu não a via daquele jeito.

         - Eu adorei Alexandre! - quando finalmente Augusto saiu do quarto e as babás levaram as crianças, eu a segurei na cama mais um pouco.

         - Espero que goste ainda mais. 

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora