Eu vi quando as pupilas dele começaram a encolher. A tremedeira começou a diminuir. Sabia que ele estava voltando a si. Não foi realmente uma surpresa quando ele estendeu o braço e me pegou pelo pescoço me jogando no chão. Mas eu decidi não reagir. Ele merecia ter o momento dele.
- Que especie de jogo mental é esse hein Sofia?
- Agora você sabe quem eu sou
- Que porra é isso? O que você está fazendo comigo?
- Você tá me machucando - ele estava segurando firme, mas não estava realmente me estrangulando. Embora ele estivesse fraco, ele ainda era muito mais forte que eu.
- Me fala logo o que você quer!
- Não consigo falar! Me solta! Nós estamos perdendo tempo!
- Tempo pra que! Me fala! - ele apertou um pouco mais.
Eu já estava cansada e com as emoções em frangalhos. Já tinha tido a minha resposta.
- Me solta e eu te falo! Alexandre! Me solta!
Ele foi afrouxando o aperto mas não me soltou.
- O que você esta fazendo?
- Eu precisava conversar com você, te trouxe pra cá pra você ficar limpo.
- Limpo?
- Sim, fedendo e mijado de tanta droga não seria uma conversa produtiva.
- Há quanto tempo eu estou aqui?
- Quase uma semana.
- O que você me deu?
- Remédios pra ajudar na abstinência.
- Por que você voltou?
- Eu não queria mais fugir. Quero resolver as coisas entre nós.
- O que há para resolver? Você fugiu de mim.
- Sim.
- Por que?
- Eu estava confusa e com medo. Eu sei que devia ter conversado com você, mas eu não consegui...
- Com medo? de mim?
- Você notou que está me enforcando não né?
- Por que você voltou? Quem te mandou?
- Ninguém me mandou. Eu já disse. Precisava resolver as coisas com você.
- Por que agora?
- Por vários motivos. Entre eles porque era o certo a se fazer
- O certo?
- Não me orgulho de simplesmente ter sumido.
- Me fala o que aconteceu.
- Dá pra você me soltar? Você está me machucando! Fui eu quem te trouxe aqui, eu não vou embora! Eu não vou a lugar algum, até te explicar tudo.
Ele pareceu um pouco satisfeito porque saiu de cima de mim. A arma na parte de trás estava machucando as minhas costas.
Eu tossi um pouco, dramatizando o enforcamento. Apontei para a garrafa de água no canto.
- Me dá água, por favor. - ele me entregou, mas ainda me olhando desconfiado.
- Sofia! fala logo porra!
- A pasta em cima da cama.
Eu mostrei novamente a pasta com todo o material impresso da casa de Mendonza. Ele viu quando estava drogado, agora o cérebro dele estava quase normal.
- Eu não entendi o que é isso - Alexandre perguntou. Eu respirei fundo. Eu teria que contar tudo de novo.
- Eu achei essas coisas no computador de Mendonza.
- Como você teve acesso ao computador dele?
- Isso não é o importante. O importante é isso - mostrei os ultrassons, os relatório médicos da minha falsa gravidez.
- Eu não entendo. O que isso quer dizer?
- O bebê que nós perdemos não existia
- Como assim? você fingiu?
- Não idiota! Eu achei que você estivesse me enganando!
- Por que eu faria isso?
- Para me obrigar a casar com você - ele me olhou magoado. - Eu sei! Mas eu peguei essas informações fora de contexto, me fizeram acreditar que você estava mentindo para mim. Me drogando.
- Explique. - estendi a garrafa de água para ele, para que ele bebesse. Ele bebeu.
- Durante o sequestro, Rodrigo me mostrou essas coisas e me disse que você estava mentindo para mim. Que você me fez pensar que estava grávida e que tínhamos perdido o bebe.
- Isso é um absurdo, como você pode!
- Não foi o meu momento mais inteligente
- E foi por isso que você me deixou?
- Não só por isso...
- Tem mais?? ele passava a mão pelo cabelo, visivelmente irritado.
- Se você ver os outros prontuários médicos, existem outras anotações. Havia vários tipos de drogas no meu corpo - ele me olhou sério. O olhar dele era tão intenso que se fosse em outros tempos eu iria encolher. - Todo tipo de droga. Que me deixaram muito doente. Quando meus pais morreram isso tudo veio de uma vez... eu fiquei perdida... me senti enganada sem saber o que pensar... Eu...
- Decidiu ir embora.
- No momento não era bem uma partida, eu só queria dar um tempo, mas como eu te disse... eu fiquei muito doente... e o tempo foi passando... foi só agora que eu tive forças para vir. - Procurei por uma expressão melhor, mas era isso mesmo, só agora que eu tive forças para fazer algo a respeito.
- Como você pode...
- Me perdoe... Eu estava errado. Você era inocente. Eu fui injusta com você. Eu me arrependo muito.
- isso não muda as coisas não é?
Olá pessoal!! Voltei e para ficar!! Uma alegria imensa estar de volta pois estava com muita saudades desse casal louco!!
Lembrem se de votar e comentar (podem me xingar que eu aguento! rsrs)
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Eu te faço livre
RomanceContinuação do livro "Me faça sua, me faça livre!". Aqui continuamos a história improvável de Alexandre e Sofia. Nesse momento Sofia sabe o preço que pagou para ter seus filhos e o quanto custou viver um amor de sonhos. Agora ela precisa lutar para...