Capítulo LI

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        Alexandre entrou e eu tinha me apossado do escritório. Eu tinha perdido o sono e parece que os bebês também. Era por volta das 04h da manhã, eu desisti de dormir, as crianças também, então dei uma mamadeira para eles, fiz eles arrotarem e fui para o escritório de Alexandre.

         Coloquei um edredon para eles no chão, dei alguns brinquedos e deixei eles engatinharem. Eles ficaram brincando entre si.

        Por volta das 06h, Augusto viu a luz acesa e passou por ela. Ele teve a brilhante ideia de dar canetas para as crianças e elas rabiscaram folhas de sulfite, e saiu. Elas gostaram da ideia e rabiscaram as folhas de sulfite, o chão, as mãos e o rosto, além dos pijamas. Por fim, voltaram a dormir. Ali mesmo, no edredom no chão.

       As 9h, Alexandre entrou lá, procurando por nós. Ele estava com a cara amassada e estava ofegante.

       - Ah... não imaginei que vocês estivessem aqui.

        - Não conseguimos dormir. Se importa de usarmos o escritório? Eles estavam chorando e eu não quis acordar toda a Itália.

        - De forma nenhuma. A casa é sua.

         - Obrigada, é só por enquanto.

         Alexandre ajeitou o cabelo e a calça de moletom que estava caindo. Ele estava sem camiseta e o seu abdômen tão lindo, estava ainda mais trincado e cheio de músculos. Mesmo ele tendo ganhado algum peso depois que ficou limpo, só serviu para dar mais músculos a ele e deixá-lo ainda mais gostoso.

         - Parece que alguém andou se divertindo.

        - Augusto vai ter que limpá-los depois... ele quem deu as canetas.

         - Isso vai sair do rosto deles né?

        - Espero que sim!

        - O que tirou o seu sono?

         - Tem alguma coisa que ainda não encaixa na história toda. Eu quis reler as coisas. Parece que ainda falta alguma peça. E você? Dormiu bem?

          - Tive um pesadelo.

         - Quer me falar sobre o que está acontecendo?

         - Sonhei que Rodrigo tinha levado vocês embora. - antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele se aproximou de mim e me abraçou tão apertado. Ele me puxou para seu peito, me deixando de pé diante dele e me abraçou. Eu fiquei sem reação. Ele enterrou o rosto no meu pescoço e ficou ali me respirando. Eu deixei que ele ficasse pelo tempo que quisesse, até que se acalmasse. Depois de um tempo, ele suspirou e me soltou.

          - Quer companhia?

          Alexandre pegou os bebês, um de cada vez, e os colocou deitados num divã de veludo que havia no escritório. Ele colocou algumas almofadas para que não rolassem e não caíssem e sentou se ao lado deles.

          - Você fica bem nessa cadeira.

          - Fico com cara de poderosa não é?

          - Você é poderosa. Tudo é seu. Eu sou seu. Está tudo nas suas mãos. - aquilo me deixou desconfortável, eu não queria lidar com nosso relacionamento. Mas ao mesmo tempo fez com que eu me sentisse poderosa sim, a dona do mundo, a dona dele. Amada.

          - Alexandre...

           - Eu sei... não precisa dizer nada agora. Como eu te disse, está tudo nas suas mãos. Vamos ser o que você quiser, quando você quiser. Eu sei que fui um idiota...

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora