Nos dias que se seguiram, nós cinco parecíamos uma engrenagem muito bem azeitada. E claro que tudo só funcionava graças a equipe maravilhosa de babás que encontramos. Pra começar, a governanta da casa, Marisa, e as outras três babás, que se revezavam e nos ajudavam. Elas tinham noções de primeiros socorros e defesa pessoal. Duas delas eram mães. Não sei onde Alexandre as encontrou, mas elas eram incríveis.
Augusto e Alexandre eram extremamente participativos, sentavam no chão, brincavam, trocavam fraldas, davam comida e eram até bobos demais, pois faziam todos os gostos daquelas crianças.
- Vocês estão deixando eles mimados!
- Estamos apenas recuperando o tempo perdido
- Está certo, mas ano que vem isso tem que parar!
O que mais eu podia dizer? Eu achava lindo tudo o que eles faziam.
As crianças estavam felizes e seguras.
Eu ainda tinha algumas dores no peito, um pouco de falta de ar e às vezes me sentia muito cansada, mas eu não tinha contado tudo a Alexandre sobre o meu quadro de saúde. Nós estávamos tão bem, Alexandre estava trabalhando muito em sua sobriedade e eu ajudava como podia, não levando mais problemas para ele.
Embora nós procurássemos fazer todas as refeições juntas, oficialmente Augusto ainda era o capo di tutti, então em algumas situações, ele tinha que resolver pessoalmente e às vezes precisava viajar. Ele era tão fofo que ligava para dar boa noite para os bebês.
Enquanto isso, eu e Alexandre e o "meu cara" passamos um pente fino nas pessoas da famiglia. Eram grampos telefônicos, finanças e relacionamentos. Alexandre queria reestruturar a família e somente pessoas leais e de confiança sobreviveriam às mudanças.
Meu cara recebeu uma oferta irrecusável e decidiu se juntar à família. Aquilo me incomodou um pouco, pois eu me lembrava do jovem de 18 anos recém completos, inocente e bondoso que se viu obrigado a se rebelar contra a própria família para lutar pelo que era certo. Com isso nosso cronograma se adiantou e em menos de quinze dias estávamos prontos.
A casa de Alexandre e Augusto era enorme, embora nós convivêssemos nos cômodos principais, havia toda uma ala que nós quase não visitávamos. Inclusive esse era um dos meus receios, das crianças saírem para aquela infinidade de cômodos e ficarmos desesperados procurando por elas. O que me acalmou foi perceber que havia câmeras em toda a casa, onde meus lindos pestinhas fossem, nós poderíamos achá-los. E não descartamos colocar rastreadores neles, mas isso significaria colocar rastreador em mim... e bem, eu não confiava em Alexandre o suficiente.
Mas para o que tínhamos em mente, seria o ideal.
Organizamos, e digo organizamos, mas na verdade Augusto fez a maior parte, enquanto Alexandre e eu cuidamos da segurança.
Havia um salão onde caberia mais ou menos umas duzentas pessoas, então convidamos todos para um um jantar. Seria o jantar para Alexandre apresentar nossos filhos. Concordamos que as crianças não apareceriam, mas seria uma boa desculpa para convocar a todos sem parecer suspeito.
Anexo ao salão de festas, havia uma sala que seria perfeita para a reunião que transcorreria com os doze capos regimes, seus principais soldados, eu, Alexandre, Augusto e Mendonza, que logo seria ex consiglieri.
Com muito dinheiro correndo solto, em menos de uma semana, tudo estava organizado.
Naquela noite, um sábado à noite, havia uma lua cheia e a temperatura estava agradável, para eles, porque para mim, parecia quente demais.
Alexandre vestia um smoking preto, bem como Augusto.
- Como vocês estão lindos! - Augusto me jogou um beijo, enquanto eu descia a escada.
Alexandre me olhava daquela forma intensa, como fogo em seus olhos, daquele jeito poderoso que me fazia sentir um frio na barriga, minhas mãos suarem e minha pele arrepiar. Apertei as unhas na palma da mão, para me obrigar a não ficar impressionada com o olhar dele, mas foi inútil. Ele me alcançou antes que eu alcançasse o fim da escada. Me estendeu a mão e quando eu retribui, ele beijou a minha mão.
- Sei bellissima!
- Grazie!
- Bella, hoje, um ciclo vai se encerrar nas nossas vidas - ele me puxou para mais perto dele, e Augusto saiu de vista - Um ciclo de mentiras, dor e tristeza, uma fase horrivel para mim em que eu estive longe de você. Hoje, isso ficará no passado. Já pedi o seu perdão e hoje vou começar a te recompensar por tudo o que você passou. Nós combinamos de deixar o passado para trás. E é isso que eu quero fazer. Vamos começar uma nova fase das nossas vidas, e eu quero que você faça parte dessa nova fase da minha vida. - minhas pernas amoleceram e eu senti meu coração galopando. Lágrimas, nem se atrevam a cair agora - Bella, meu amor eterno, aceita ser minha esposa?
Como um filme, todos nossos momentos passaram pela minha mente. Os bons e os maus. Eu envolvi seu pescoço em meus braços e o puxei para mim. Encostei meu nariz no dele, respirei fundo, ainda estava um pouco em dúvida sobre o que fazer.
Sim, Alexandre tinha sido um cretino, mas nos meus momentos de fraqueza sonhava que pudéssemos ser felizes juntos. Eu só não tinha certeza se o Alexandre com quem eu sonhava realmente existia, ou se era fruto das minhas fantasias.
Beijei os lábios dele, no começo devagar, mas depois mais forte. A língua dele não me invadiu como normalmente fazia, apenas correspondia ao meu beijo, como se ele dissesse que eu estava no controle. Eu aproveitei.
Senti as mãos dele apertarem a minha cintura e ele logo começou a pressionar seu pau ereto na minha barriga. Segurando ele firmemente, eu o empurrei, ele mordeu meu lábio inferior e me soltou.
- Não Alexandre.
Ele arregalou os olhos, mas sorriu para mim.
- Tudo bem , mas eu não vou desistir.
- Nem eu disse para fazê-lo. Vamos, temos um show para fazer.
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Eu te faço livre
RomanceContinuação do livro "Me faça sua, me faça livre!". Aqui continuamos a história improvável de Alexandre e Sofia. Nesse momento Sofia sabe o preço que pagou para ter seus filhos e o quanto custou viver um amor de sonhos. Agora ela precisa lutar para...