CAPÍTULO XV
AUGUSTO
Puta merda! Puta merda! O que estava acontecendo? Depois de quase quatro meses eu a encontro aqui, nas Maldivas, com Rodrigo. Eles estavam juntos?
Eu estava rastreando qualquer informação sobre ela, colocando alerta em algumas palavras chaves na internet, deep web, e quando uma paciente chamada apenas "Sofia" foi cadastrada no sistema do hospital, meu alerta apitou.
O sistema do hospital era online, e eu contratei uma equipe com um excelente hacker para procurar por ela, mas até dez dias atrás ela era um fantasma. Sem telefone, acesso a email, sem acesso às redes sociais ou contas bancárias. Até que meu hacker viu o nome dela. Sofia. Apenas Sofia. A data de nascimento era a mesma.
Podia ser muita coincidência, por isso eu quis vir pessoalmente investigar. Eu vim sozinho, com apenas um segurança, e não contei para ninguém.
Em primeiro lugar, Alexandre surtaria mais do que já está surtado. Depois dos primeiros quinze dias que Sofia desapareceu, os negócios começaram a pressionar o retorno dele para cuidar de certas coisas, como se a vida tivesse que continuar. Como se a vida pudesse continuar para ele sem ela. Não pode.
Mendonza começou a pressioná-lo para que ele fizesse uma aliança com outras famílias, em especial, com Marissa, e ele não conseguiu. Ele surtou. Ele começou a se drogar cada vez mais, cada vez com drogas mais pesadas.
Tentei ajudá-lo, assumi os negócios como pude... Um dia acordei e ele tinha sumido, liguei, liguei, mas ele só voltou depois de três dias. Ele teve a primeira overdose. Desde então, ele aparece, some, e eu só torcia para que ele não morresse antes que eu pudesse fazer alguma coisa.
Segundo, eu entrei na ilha com documentos falsos. Desci num voo comercial no aeroporto de Malé, e se a informação vazasse que eu entrei na ilha sem autorização do pai de Rodrigo, Carlos, poderia ser considerado um ato hostil e uma guerra iria se iniciar.
Eu entraria numa guerra para saber de Sofia, claro, e Alexandre concordaria, mas ele não estava em condições de lidar com isso agora. Ele não ficava sóbrio nem por alguns minutos há dias... e eu nem tinha certeza.
E ao vê-lo ali do lado dela, pensei que estivesse juntos. Então, com certeza ele não me permitiria pousar na ilha, se soubesse que eu estava vindo.
Eu ainda não tinha entendido o que estava acontecendo. Quando comecei a conversar com Sofia ela começou a sentir dores e a convulsionar e foi levada do quarto. Eu fiquei ali sentado, perdido.
Rodrigo saiu junto com aquela mulher negra, provavelmente a médica e vários enfermeiros.
Sai do quarto e tentei ir atrás de alguém que pudesse me dar alguma informação, mas antes que eu encontrasse alguém, Rodrigo voltou e veio direto ao meu encontro. Embora eu estivesse armado e tivesse certeza de que poderia matá-lo, ali era o território dele, e eu não queria uma chacina, queria apenas saber notícias de Sofia.
Antes que ele me acertasse um outro soco, ergui as mãos em rendição. Ao lado dele estava o cachorro dele, aquele senhor que o acompanhava sempre, Manolo.
- O que você está fazendo aqui? Você não vai mais causar nenhum mal a ela! Eu não vou deixar!
- só quero saber dela! - tento manter meu tom de voz firme mas sem gritar.
- Você não tem o direito de saber dela! Se ela está morrendo a culpa é sua! Sua e do maldito do seu irmão!
- Cara, eu não sei do que você está falando! Eu não sei o que está acontecendo!
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Eu te faço livre
RomanceContinuação do livro "Me faça sua, me faça livre!". Aqui continuamos a história improvável de Alexandre e Sofia. Nesse momento Sofia sabe o preço que pagou para ter seus filhos e o quanto custou viver um amor de sonhos. Agora ela precisa lutar para...