Capítulo L

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SOFIA

       Ver toda aquela documentação me quebrou. Como eu pude ser tão idiota? parecia que não importava o quanto eu me perdoasse, eu sempre fazia uma nova burrada!

      Assim que a tontura passou, eu me levantei, claro com Alexandre me atendendo. Ele parecia inabalado, exceto por uma pequena alteração nas sobrancelhas dele, que dizia que ele estava muito puto, apenas tentando se controlar.

       Iria chegar um momento em que nem um de nós nos controlaríamos mais.

      Eu tomei banho e Alexandre me fez comer um lanche. Um pequeno sanduíche e um suco.

      Nós descemos para o escritório, mas Augusto estava ocupado, então pegamos a pasta novamente e fomos para a sala, esperar por ele. Afinal, alguém tinha que trabalhar nessa casa.

     - Muitas coisas não é?

      - Sim.

       - Nem posso imaginar o quanto você deve estar furioso. Magoado?

       - Magoado? isso não descreve o que estou sentindo. Eu quero vingança. E você não deve fazer parte disso. Não quero que você me veja como um monstro, mas sendo Don ou não, isso não vai ficar assim.

        Eu me aproximei dele e toquei o queixo dele.

       - Nós faremos isso juntos, eu tenho tanto direito quanto você. Só resta decidir por quem começaremos.

        - Vamos começar por Mendonza.

         - Mas assim que ele cair, Rodrigo saberá. Terá que ser algo muito coordenado.

       Augusto entrou na sala. Ele tirou a própria máscara de Don e sorriu cansado, mas com aquela alegria que era dele

        - Contratei o seu cara, agora ele é exclusivo. Ele é muito bom. Se tivesse conhecido ele antes, teria te achado em segundos.

       - Se eu tivesse falado com ele, nunca estaria aqui. - Alexandre tocou em mim, com medo de eu desaparecer.

       - Fico feliz que você esteja de volta.

       - Eu... - não tive palavras. Eu desconfiei dele, acreditei no maior inimigo dele, tirei os filhos dele. Ele mentiu sim, não me protegeu, me estuprou e me aceitou de volta. Qual de nós dois era o mais doente?

       - Vamos nos focar no presente

        - Sofia, tem certeza? Eu entendo você não querer ficar no escuro, mas nós estamos acostumados, as coisas podem ficar sujas...

        - Quando ficar demais para mim, eu digo.

       - Vamos começar.

        Nós três fomos para o escritório. Augusto fez uma "limpeza" procurando por escutas. Utilizou um programa para procurar por programas espiões no computador. Orientações do seu mais novo chefe de tecnologia.

        - Mendonza - Augusto comentou.

        - Ele não está sozinho.

        -Não, dos doze capos regime, ele tem oito com ele. Oito que não o queriam mais como Don, e estavam unidos para te derrubar. Isso já começou por você não fazer as coisas à maneira antiga. Mas só cresceu quando você se casou com Sofia. E quando vocês brigaram então, para ele foi o fim.

       - Temos que eliminar todos! - Alexandre bradou e bateu a palma da mão no braço do sofá.

        - Antes disso, fratello, assuma o seu lugar. - Augusto se levantou e gesticulou para que Alexandre se sentasse na cadeira principal, a cadeira do Don. Alexandre se levantou e deu a volta na mesa. Abraçou o irmão mas não se sentou. Ele esticou a mão para mim.

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora