Capítulo XLII

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        Quando Alexandre achou que os filhos fossem de Rodrigo, eu quis gargalhar na cara dele. Meu Deus, quanta droga ele usou! Que idiota! As crianças eram a cara dele! Pareciam comigo apenas o branco dos olhos! Eu quis gargalhar e pra falar a verdade, bater naquela cabeça dura até que ele tivesse uma iluminação divina. Mas então ele disse que cuidaria de nós, mesmo achando que os filhos eram do maior inimigo dele.

        Me fazia lembrar do Alexandre que me conquistou há muito tempo atrás. Era incrível como todo aquele sentimento louco e confuso estava dentro de mim. Ainda misturado e estranho, mas estava tudo lá.

       Claro que isso me causava um problema, como vou dizer para uma pessoa: "ei! você tem trigêmeos?!

        Desembarcamos na Sicília e fomos de carro até a mansão. Fazia muito tempo desde que estivera ali pela ultima vez e sempre me perguntei se algum dia iria voltar. Eu imaginava algum dia. Eu estava muito nervosa. Não sei se alguém podia notar, mas eu me sentia tremendo.

        - Alexandre, sei que você deve estar cansado, se importa se um dos seguranças me levar direto ao hospital? Augusto foi muito evasivo, quero saber como eles estão

        - Eu vou com você.

       - Obrigada.

       Fomos direto para o hospital em Taormina. Não era um hospital grande, mas era um bom hospital. Confiava que se as coisas fossem mais graves Augusto os teria levado para outro lugar.

         Eu tentava disfarçar, mas não estava me aguentando de preocupação e ansiedade.

        - Tenho certeza que eles estão bem ou Augusto teria nos avisado. Tente se acalmar - Alexandre ficava me dizendo para me acalmar, claro que não estava funcionado. Vamos lá, me fale deles.

       - Oi?

        - Me fale deles... quem sabe assim você pare de roer as unhas

          - O que você quer saber?

           - Rodrigo sabe que você esta aqui?

            - Acho que não... Eu não sai me despedindo...

             - Você fugiu?

           - Não exatamente, mas eu não estava falando com ele.

          - Me conta!

         - Carlos me procurou e disse que eu valia muito dinheiro. Seu dinheiro. Que ele tinha me acolhido e eu devia isso a ele. Quando eu disse isso para Rodrigo que meus filhos não fariam parte disso ele me bateu. Liguei para Manolo e ele o tirou de casa por um tempo. Então, eu vim embora. Também liguei para Augusto que me ajudou.

         - Augusto sabia de você?

           - Sabia

          - E por que ele não me disse nada?

            - Porque eu pedi. Você era mais heroína do que homem. O que você ia fazer? - ele ficou quieto - Como eu poderia contar com você se você não era você mesmo?

            Eu não tive tempo de continuar a conversa porque o carro deu uma freada brusca e eu estava sem cinto de segurança no banco de trás e bate a cabeça no banco da frente. Alexandre estendeu o braço para me proteger e eu bati de leve no banco do motorista

           - O que esta havendo?

            - Segure se senhora

             - Porra. o que esta havendo Enrico?

Eu te faço livreOnde histórias criam vida. Descubra agora