Sofia
Depois do pequeno contratempo com as babás, decidi trocar a equipe. As mandei embora no dia seguinte. Elas estavam no telefone quando Enzo caiu. Não foi nada grave, mas poderia ter sido evitado. Elas, as duas, uma porque estava no telefone e a outra porque mentiu, foram mandadas embora, como são todos aqueles que cometem um erro conosco.
Não ia fazer pessoalmente a "demissão", afinal, tem gente para isso, mas vi que isso criava uma fama, um respeito baseado no medo. Eu dei um tiro na cabeça de cada uma. Não fazia questão de torturá-las, embora Alexandre tivesse feito de bom grado. Elas cometeram um erro, e eu não aceito nada menos do que a excelência. E assim todos ficam cientes disso.
Todos aqueles de dentro da família, porque de fora, nunca vão achar nenhum vestígio do corpo.
Uma das mudanças que institui foi uma equipe mais especializada na "limpeza" afinal, os homens eram muito bagunceiros! Não entendia a necessidade de tanto sangue. Augusto dizia que era "forma de expressão".
Naquele dia, não foi só coisas ruins que aconteceram.
Ver Alexandre cuidando das crianças é sempre mágico e apaixonante. A forma como ele tranquilizou Enzo, o acalmou para que o médico o examinasse, a forma como deu atenção a Isadora e Mateo para que não se sentissem de lado, foi simplesmente incrível! De uma forma estranha, Alexandre nasceu para ser pai. Finalmente ele estava usando todo seu charme para o bem.
Era como se de repente, ele fosse completo, pleno, cheio de paz e alegria. Não havia nada mais do Don quando estávamos juntos. Apenas o meu amor.
Nós estávamos deitados na cama, nus e abraçados, ele se levantou e pediu a alguma empregada que me trouxesse algo para comer. Ela trouxe um sanduíche leve e suco, além de vinho.
Antes que a empregada chegasse, ele se enrolou na cueca e a recebeu. Ele foi até seu paletó e se voltou para mim com uma caixinha de joia. Eu achei que ele iria me pedir em casamento, de novo, e por um segundo pensei em aceitar.
- Quer ser minha namorada? - eu não esperava por aquilo, e ri. Não de deboche, mas de felicidade.
- Sim! - aquele desgraçado sempre sabia me dobrar.
Ele pareceu surpreso com minha resposta, ele congelou por apenas um segundo, mas eu o conhecia bem. Se recompondo rapidamente, ele pegou a aliança de ouro branco delicada e com um diamante cor de rosa no centro, e na volta dela, diversos pequenos diamantes brancos em volta do anel. Ao mesmo tempo que era delicada e tinha um ar romântico, era elegante e sofisticada, como só Alexandre sabia ser.
Naquela noite, eu estava tão feliz, em paz. O que não era comum para mim há muito tempo. Eu estava o tempo todo preocupada com as crianças, com o trabalho de Alexandre no qual eu me metia cada vez mais e no medo que eu tinha de que tudo o que eu estava vivendo fosse apenas ilusão. Mas não naquela noite. Naquela noite, eu dormi plena e em paz, com o coração apaixonado.
Quando acordei na manhã seguinte Alexandre ainda estava dormindo, era a minha vez de retribuir o café na cama.
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Eu te faço livre
RomanceContinuação do livro "Me faça sua, me faça livre!". Aqui continuamos a história improvável de Alexandre e Sofia. Nesse momento Sofia sabe o preço que pagou para ter seus filhos e o quanto custou viver um amor de sonhos. Agora ela precisa lutar para...