05 ▪ Becca

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Nate estava me encarando e eu não conseguia nem respirar

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Nate estava me encarando e eu não conseguia nem respirar. Algo dentro de mim estava me fazendo paralisar. Ele fechou os olhos para se concentrar no beijo e só então eu consegui controlar as pernas, me forçando a subir novamente para o quarto, sem querer ver mais nada daquilo.

— Idiota! — Falei num sussurro.

Não sei se era para mim ou para ele. Talvez para os dois. Eu nunca deveria ter voltado, mas eu não tinha muita escolha. Era a vida do meu bebê que estava em jogo. Nate não me faria desistir.

Afastei esses pensamentos e me deitei na cama. Eu tinha coisas mais importantes para pensar. Tinha cerca de quatro meses para decidir o resto da minha vida. Eu teria uma pessoa dependente para cuidar e proteger. Não poderia me dar ao luxo de pensar em nada além daquilo. Apenas meu bebê importava agora.

(...)

Dia 3

Acordei e fiquei enrolando no quarto. Sabia que Nate acordaria tarde, mas não queria encontrar ninguém no meio do caminho. Demorei o máximo que consegui, até ser vencida pela fome.

Levantei e fiz a minha higiene rapidamente, colocando uma camisa larga e um short folgado, que estava começando a ficar mais justo por causa da barriga. Em breve eu começaria a usar apenas vestidos, o que eu odiava. Saí do quarto indo em direção à cozinha e, por sorte, apenas Cindy estava lá.

— A senhorita quer comer algo ou esperar pelo almoço? — Ela sorriu enquanto pegava uma jarra de suco na geladeira.

Ela tinha feito outro suco verde, que tinha um aspecto horroroso. Cindy, desde que eu cheguei, tentou de toda forma cuidar de mim, mesmo nos pequenos detalhes.

— Posso esperar pelo almoço. Não estou com tanta fome. — Menti.

— Mas beba esse suco. — Ela disse colocando o mesmo num copo.

O suco foi caindo em pequenos blocos, quase sólidos. Meu corpo estremeceu só de pensar em colocar aquilo na boca. Desde que descobri a gravidez, comecei a ficar chata para comer, além de ter muitos enjôos, principalmente pela manhã.

Dei o primeiro gole no conteúdo do copo e senti o jantar querer voltar, o que me fez correr para o banheiro. Mais um enjôo. Depois de expelir qualquer conteúdo que estivesse no meu estômago, voltei para a cozinha e a senhora sorriu para mim.

— Está melhor? — concordei com a cabeça — Eu tive muitos enjôos também, mas parei logo no final da nona semana. Não se preocupe, vai passar.

Abri um sorriso fraco e a senhora foi terminar o almoço. Nunca tive muita sorte na vida e era óbvio que agora as coisas não mudariam. Mas também nunca fui de desistir. Esse seria apenas mais um obstáculo.

Ficamos quase vinte minutos em silêncio até que me assustei com um prato entrando no meu campo de visão. Eu não poderia estar mais feliz. Cindy deixou o mesmo ali e substituiu o suco por um de laranja, que segundo ela me ajudaria a evitar uma anemia. Ela saiu logo em seguida, me deixando sozinha com meus pensamentos.

Califórnia ▪ Nate MaloleyOnde histórias criam vida. Descubra agora