27 ▪ Maloley

120 27 64
                                    

Minha cabeça estava pesada, meus olhos não conseguiam enxergar nada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minha cabeça estava pesada, meus olhos não conseguiam enxergar nada. Ao fundo eu ouvia barulhos estranhos, mas um estava me chamando mais atenção. Era barulho de água.

— Papai... — uma voz doce chamou e eu fui seguindo o som, me distraindo de qualquer outro barulho dali.

Ela continuava chamando e eu seguia. À medida que fui me aproximando da origem do som, uma claridade se fez presente. Eu continuei não enxergando nada, apenas uma luz branca.

Papai, você vai se atrasar. — a voz repetiu.

— Onde eu estou? — tentei observar, mas enxergava tudo branco.

— Estamos no céu. — a voz repetiu. — Vamos, papai.

— Pa-pai? — gaguejei.

— Vamos, papai. — ela repetiu — Estamos atrasados.

Forcei novamente a visão, o clarão continuava. Ao fundo o barulho foi substituído, ficando um silêncio quase total. Ainda tinha um som estranho, mas eu não conseguia identificar.

— Quem é você? — perguntei para a voz, mas ela não respondeu. — Cadê você? — insisti e nada.

Eu estava sozinho. Naquele lugar estranho. Quanto mais eu forçava a visão, mais claro ficava. Era impossível enxergar algo. Resolvi fazer o oposto e fechei os olhos. Assim que abri os olhos novamente, percebi estar em outro local. Aquilo estava estranho. Minha cabeça doía, meu corpo também. Emiti um som, o que fez minha mão ser apertada. Olhei para a região e vi dedos entrelaçados ao meu. Segui o sentido do braço e ali estava a Rebecca. Ela sorriu ao me ver, o que me fez sorrir de volta.

A garota estava deitada, igual a mim. Mas aquele não era o meu quarto. Aquelas não eram as roupas que a garota gostava de usar. Aquela barriga não era a dela. Meus olhos pesaram e eu me forcei a ficar acordado. Ela precisava de mim. Eu precisava dela. Apertei forte a sua mão.

Estávamos no hospital. Eu não me lembrava muito do que tinha acontecido, só do choque. Meus olhos se encheram de lágrimas. A bebê não estava onde deveria estar. Tentei falar, mas notei algo me atrapalhando. Estava com algum objeto dentro da boca. Com a mão livre, levei até a região, o que me causou um pânico.

Becca parecia estar medicada, então a garota não reagia. Eu precisava ajudá-la. Tentei me levantar e escutei barulhos de "pi" mais intensos. Eu estava todo conectado a aparelhos.

— O que está... — uma mulher de branco falou — Meu Deus! — ela correu até minha cama, apertando um botão ao lado, o que fez mais pessoas irem para o quarto. — Ele acordou. Chamem o médico.

Eu tentei responder, perguntar o que estava acontecendo. Queria saber onde estava a minha filha. Tudo que saiu da minha boca foi alguns resmungos.

— Calma. — uma delas falou — Não tente falar agora. Vamos retirar esse tubo.

Califórnia ▪ Nate MaloleyOnde histórias criam vida. Descubra agora