Já estava claro quando acordei. Estava amarrado em um cano largo ao centro de um galpão qualquer. Becca estava ao meu lado, ainda desacordada. Tinham dois caras fazendo a guarda e tinha certeza que deveriam ter mais. Eu mataria aqueles desgraçados. Um a um.
Ouvi um barulho ao meu lado e aos poucos Becca foi recobrando os sentidos, olhando onde estávamos. A garota estava assustada.
— Há quanto tempo estamos aqui? — Foi a primeira coisa que ela perguntou.
— Não sei. — Respondi sincero. — Acabei de acordar também.
Nossas vozes saíram um pouco emboladas e eu não sentia direito as pernas e as mãos. Seja lá o que tinha nos colocado para cheirar, ainda fazia efeito no meu organismo. Becca não deveria estar muito diferente.
Um dos caras que fazia a ronda, ao nos notar acordados, trouxe um pouco de água. Nós dois a jogamos fora. Seja lá quem nos mantém preso, não era uma pessoa amigável. Eu já estava com fome, mas também recusei qualquer comida que ele tentou me oferecer. Só estava esperando meus sentidos voltarem para agir. Iria nos tirar de lá.
(...)
Ficamos muito tempo, chutaria dizer mais de quatro horas, presos ali. Becca chorava enquanto sua cabeça estava apoiada em meu ombro. Estávamos com um pano em nossas bocas, pois mais cedo a garota tentou gritar. Por incrível que parecesse, eles não estavam nos tratando mal e nem nos bateram em momento nenhum. Nos filmes que eu assistia esse era o primeiro ato de cada um.
A cada vinte minutos eles nos ofereciam água ou comida e sempre levavam a garota ao banheiro quando ela pedia. O único desconforto eram os braços e as pernas amarradas, além do fato de estarmos sentados em um colchão fino.
Becca endireitou o corpo ao ouvirmos um barulho alto, indicando que alguém estava entrando naquele galpão. Era um homem alto, mas não conseguia enxergar direito por causa da claridade que vinha do lado de fora. Apesar de ser dia, o galpão não era tão claro quanto gostaríamos.
O homem deveria ser o chefe, já que os outros dois que estavam antes ali se levantaram rapidamente, como se tivessem medo do que chegou. Ele estava acompanhado de outros cinco, o que indicava que prezava pela sua segurança. Ou talvez apenas estivesse com medo.
Senti a loira ao meu lado se enrijecer à medida que o homem se aproximava. Seu olhar estava fixo na minha garota e a senti tremer. Rebecca estava paralisada, apenas encarando o homem se aproximando. Tentei me soltar, mas era em vão. Aquelas cordas foram bem amarradas.
O homem parou de se aproximar quando estava a menos de dois passos de nós dois. Ele se abaixou para ficar na altura da garota. Em nenhum momento ele desviou o olhar da Becca, parecia hipnotizado com ela. Eu pude notar as roupas que ele trajava. Eram roupas caras e a sua camisa estava suja, provavelmente de sangue. Parecia ter sido recém adquirido.
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Califórnia ▪ Nate Maloley
Fanfiction▪ Continuação de Texas ▪ Após 3 anos desaparecida, Becca retornou para a vida de Nathan Maloley.