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Dia 6
Rebecca tinha acabado de comer suas panquecas misturadas com todos os condimentos que tinham na minha geladeira. Eu senti um refluxo só de imaginar o gosto, mas a garota estava contente com aquilo. Pelo menos o bebê ficaria bem.
— Vem, eu te ajudo a subir. — Disse ao me aproximar da garota.
— Eu durmo no sofá, Nate. — Rebecca revirou os olhos. — Só me ajude a chegar lá.
Coloquei a mão na cintura da garota enquanto ela colocava o braço ao redor do meu pescoço. Abaixei um pouco o tronco e a segurei com a outra mão pelas pernas, a pegando no colo. Ela ficou meio desajeitada, mas logo que comecei a andar ela se aquietou. Passei direto pela sala, indo até o quarto. Rebecca resmungou enquanto eu subia as escadas, mas ela sabia que era em vão. Adentrei o quarto com a garota, a colocando na porta do banheiro.
— Eu dou conta agora... — Rebecca disse sem jeito — Obrigada, Nate.
Concordei com a cabeça e me afastei, indo até sua cama. Ela me encarou alguns segundos antes de entrar no banheiro pulando. Olhei para o quarto enquanto esperava a garota sair. Ele era grande, igual todos os outros, mas parecia vazio. Tinha uma cama grande no centro, com dois criados mudo, um guarda-roupa e duas poltronas. No espaço entre a porta da sacada e a cama caberia um berço, mas talvez não fosse melhor colocar o bebê para dormir sozinho? Mas, e caso ele chorasse e a Rebecca não escutasse? Melhor deixar o berço aqui mesmo. Escutei um barulho alto que fez meus pensamentos serem interrompidos.
Eu nem deveria estar pensando nisso. O bebê não era meu filho e não era problema meu. Fui até o banheiro apressado, abrindo a porta em seguida. Olhei para onde a garota estava. No chão haviam alguns vasos de flores falsos caídos. Rebecca tentava pegar todos e colocar novamente na pia, o que me fez aproximar e ajudar com tudo. Ela sorriu com o gesto e em seguida a levei até a cama.
— Cadê seu pijama? — Disse ao abrir o guarda-roupa.
— Pega essa blusa larga amarela. — A garota respondeu normalmente.
Peguei a mesma e joguei na sua direção, que rapidamente a pegou. Rebecca ainda me encarava.
— O que foi? — Perguntei.
— Vai ficar aqui? — Ela rebateu a pergunta.
— Não sei se vai precisar ainda de ajuda. — falei e a garota negou com a cabeça.
Eu me sentei na cama, tirando o tênis para me acomodar melhor.
— Eu queria entender o porquê você tentou se matar hoje... Ou ontem, não sei. — falei confuso ao me dar conta do horário.
— Eu não tentei me matar. — Rebecca bufou. — Eu apenas não queria que você jogasse mais nada na minha cara.
A garota estava de costas para mim. Eu sabia que ela estava evitando me encarar e, com razão. Aquelas palavras me machucaram, mesmo eu ainda não sabendo o porquê. Continuei encarando a garota em silêncio, até que ela começou a se movimentar. Rebecca levou as mãos até a barra da sua camisa, levantando a mesma. Eu observava cada detalhe das suas costas, como uma ímã. Estava hipnotizado com aquilo.
