4|5 hanryang

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Meu celular tocou pela terceira vez naquela noite. Remexi na bolsa e vi o nome de Jungkook piscando na tela. Eu deixei a ligação cair na caixa postal porque ainda não estava pronto para falar com ele.

— É aqui? — O taxista perguntou assim que parou o carro.

Olhei pela janela a fachada da boate Dynamite e suspirei. Seria eu primeiro dia no trabalho e precisava que tudo desse certo, eu deveria entregar um trabalho impecável na noite de inauguração.

— Sim — respondi, desanimado.

O desânimo era por conta do que havia acontecido no restaurante dos pais de Jungkook noite anterior, de todas as coisas que eu ainda estava tentando assimilar — principalmente quando Dong Min disse que eu nunca seria único na vida de Jungkook.

Eu deveria estar fazendo tempestade em copo d'água ou isso era realmente motivo para me deixar magoado a ponto de ficar desmotivado? Vir para Seul era minha porta de entrada para a felicidade, um recomeço e talvez, quem sabe, viver ao lado da pessoa qual eu me apaixonei.

Não era o fim do mundo — longe disso —, mas eu sentia como se fosse.

Eu não me colocaria no papel de personagem pessimista dessa vez, pelo contrário, seguiria focado no meu trabalho e deixaria a minha situação com Jungkook para amanhã. Estar num clima pesado com ele era difícil, principalmente porque não estávamos nos falando e ignorar cada ligação e cada mensagem doía na alma.

Portanto, eu precisava desse tempo. Era necessário esfriar a cabeça e assimilar tudo o que eu ouvi e tentar entender os motivos de Dong Min e tentar descobrir se havia alguma verdade naquelas palavras, porém, isso me obrigaria a falar com Jungkook e eu ainda não estava pronto.

A princípio, se eu ainda estivesse em Busan e não tivesse tanta coisa a perder, eu teria feito o maior teatro dentro do restaurante, teria chorado e esperneado em busca de respostas e explicações convincentes de Jungkook. Mas, de alguma forma, quando Dong Min parou de falar, tudo o que eu consegui fazer foi sair daquele lugar em lágrimas.

De certa forma, isso mostrava o amadurecimento do meu sentimento por Jungkook. Eu não queria envergonhá-lo com uma discussão em frente a uma multidão, eu não queria dizer-lhe palavras duras e depois me arrepender. Eu não queria chorar na frente dele. É isso que se faz quando se ama alguém? Mesmo chateado, eu não podia chateá-lo também mesmo que ele me devesse uma explicação. Era meu direito saber!

Nós iríamos conversar e eu tenho certeza que ele me explicaria e eu tentaria compreender seu passado com Dong Min, e por hora, eu preferia me preocupar com meu novo trabalho.

A Dynamite era intensa. O hall de entrada era iluminado por luzes neon que variavam do roxo ao azul, havia uma atmosfera retrô em sua estrutura e a música que soava abafada me fez ficar na expectativa do que me aguardava. Por algum motivo, aquele lugar parecia ainda mais especial do que realmente aparentava.

Suspirei e meu peito estremeceu. Eu estava sobrecarregado, a energia daquele lugar com a minha melancolia entravam em conflito e eu mal podia imaginar como seria a madrugada. Se eu estivesse em casa, provavelmente procuraria por Seulgi e me lamentaria até que ela me dissesse o que fazer ou então, eu ligaria para mamãe e diria a ela o quanto eu estava triste e precisava que ela me desse alguma direção.

Pisquei com força quando as lágrimas chegaram. Estava tão mergulhado em minhas questões pessoais que foi um susto quando vi J-Hope se aproximar de braços abertos e um sorriso caloroso.

— Ah! Como é bom vê-lo, Jimin! — cantarolou ele e forcei um sorriso a se abrir em meus lábios. — Vem, eu quero te apresentar a equipe.

— Hum... — Eu não conseguia raciocinar direito. — Vamos lá — acabei respondendo, com a mente vazia. De repente, toda a minha capacidade de socialização ficara dentro daquele táxi. — Estou ansioso.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora