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Quando acordei, me sentia como se um caminhão tivesse me atropelado. Eu resmunguei e puxei o cobertor até meus olhos para protegê-los da claridade que entrava pela janela e quando deslizei a mão no colchão em busca de Jungkook, percebi que ele já havia levantado.
Na verdade, ele estava em frente ao espelho abotoando os botões da camisa, os dedos lentos e cuidados, o olhar sério me encarando pelo reflexo do espelho. Eu me encolhi um pouco assustado, um pouco envergonhado e completamente abalado por vê-lo vestido de maneira mais formal e o quão gostoso ficava com calça social.
— Como você está?
Eu mordi o lábio inferior. Assenti rapidamente, o movimento fez minha cabeça doer ainda mais. Ele veio na minha direção e se sentou na beirada da cama, bem perto de mim.
— Não se mova tão rápido ou vai ficar enjoado — ele disse, tocando a mecha desalinhada do meu cabelo. — Estava esperando você para tomarmos café juntos. Tenho que encontrar meus pais dentro de uma hora.
Minhas sobrancelhas se arquearam.
— Você vai voltar mais tarde? — Eu não queria que ele saísse dali. Queria pelo menos tê-lo comigo até o almoço, para compensá-lo pela vergonha da noite passada.
— Vou vim para buscá-lo — disse ele conciso. — Vamos para minha casa mais tarde. Tudo bem para você?
Eu assenti mais uma vez e meu pescoço rígido doeu. Jungkook me deu um beijo na testa e me ajudou a levantar, com cuidado e gentileza para que eu não ficasse mais tonto do que eu já estava. Minha boca estava seca e eu sentia meus lábios rachados, meu interior implorando por um copo de água.
Eu ainda não fazia ideia do que tinha me dado noite passada para beber daquele jeito. Para começo de conversa, a última coisa da qual me lembrava era ter escovado os dentes após uma sessão de vômito e depois de acordar no meio da noite com Jungkook ao meu lado.
Jungkook passou a noite comigo e eu havia feito dormido uma pedra.
Eu o segui para fora do quarto até a cozinha e resmunguei quando a claridade atingiu meus olhos e os fez arder.— E os meus pais? E Seulgi? — perguntei assim que fiz a mesa arrumada com uma jarra de suco, saladas de fruta, tofu e um molho verde que provavelmente tinha um gosto horrível. — Você fez o café da manhã?
— Sim, é melhor que coma frutas e beba bastante água — aconselhou Jungkook, colocando a tigela de frutas na minha frente. — Está desidratado. E, eu não vi seus pais e Seulgi chegarem.
Eu estava com sono e de ressaca mas ainda era capaz de perceber quando alguém estava bravo comigo e ainda mais quando esse alguém era Jungkook. Ele estava mais sério do que o habitual, mesmo quando eu sorria ele não sorria de volta, em disse, suspirava e me olhava intensamente até que eu me sentisse constrangido o suficiente para desviar o olhar.
— Você...Está bravo comigo? Eu falei alguma bobagem ontem à noite? — perguntei, mastigando uma rodela doce de banana.
— Fiquei preocupado — ele respondeu. — Você realmente estava mal, Jimin.
Foi instantâneo o movimento de me encolher na cadeira e fechar os olhos. Flashes de cenas constrangedoras invadiram minha mente, Taehyung dando um beijo triplo com Seulgi e Jin, eu caindo na areia após falhar na brincadeira de passar por baixo do galho e um copo de absinto em mãos.
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Senses | jjk + pjm
FanfictionJimin é um barmen habilidoso que trabalha na boate SENSES, uma das mais badaladas de Busan. Ele está acostumado a servir bebidas para clientes de todos os tipos, mas sua vida muda quando conhece Jungkook, um estudante de direito com gostos e interes...