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Eu não sabia se ficava chateado ou com raiva. Talvez, eu devesse ficar os dois.
Jungkook não voltou tão rápido como ele tinha dito, na verdade, ele não apareceu a semana toda e isso estava fritando meus neurônios. Nós conversavamos todos os dias pelo máximo de tempo que conseguíamos, mas eu nunca conseguia juntar coragem e perguntar o que de fato estava acontecendo, eu não queria parecer intrometido ou marcar em cima.
Então, nessa semana em que não nos vimos, eu levei meus pais até a rodoviária e esperei até que eles embarcassem no ônibus que os levaria de volta para Nam-gu e dez minutos depois, eu recebi uma ligação da minha mãe em lágrimas dizendo que já estava com saudades e me fez prometer que eu iria para Nam-gu o quanto antes.
Eu iria assim que pudesse — ou assim que tivesse vontade —, e levaria Jungkook comigo. Nos dias em que eu dormi sem ele ao meu lado, percebi que estava começando a odiar dormir sozinho, não conseguia pegar no sono sem ouvi-lo me desejar boa noite. Por isso, em uma noite onde a tempestade durou mais tempo do que eu esperava, procurei meu celular sob os travesseiros e após um raio iluminar meu quarto, digitei o número de Jungkook e esperei, ansioso.
— Oi, meu bem — ele disse do outro lado da linha. Aquela voz calma e suave que me acalmava. — Está tudo bem?
Eu pisquei os olhos várias vezes antes de abrir a boca para dizer:
— Não — eu disse rapidamente. — Quer dizer, tirando o temporal lá fora, eu estou bem. — Eu mordi o lábio inferior, abraçando firmemente o edredom contra meu peito, ponderando se tocar naquele assunto era a melhor decisão. Mas eu precisava saber. — Jungkook, você está escondendo algo de mim?
O silêncio que se estabeleceu por cinco segundos foi o suficiente para que eu me arrependesse amargamente por ter perguntado aquilo e daquele jeito. Eu ouvi Jungkook respirar fundo duas vezes antes de tornar a falar.
— Não. — A resposta foi curta e grossa. Eu deveria estar satisfeito e aliviado, mas não, eu estava ainda mais intrigado e incomodado. — Mas tem coisas sobre mim que você ainda não sabe. Coisas sobre minha família, mas isso não é coisa para se discutir por telefone, Jimin.
Eu engoli seco. Às vezes eu achava que quem estava sendo afobado era eu, porque a princípio Jungkook conhecia meus pais e meus melhores amigos e eu mal conhecia seu irmão mais velho. Era normal eu estar me sentindo no escuro, não era? Eu nem sabia mais o que pensar.
— Claro — murmurei, cabisbaixo. — A gente conversa sobre isso outra hora.
— Desculpe, Jimin, eu entendo porque você está achando que eu estou mentindo para você — ele disse, com firmeza e sinceridade em seu tom. — Eu não queria ter ficado essa semana toda longe de você mas eu estou de férias e não vejo meus pais durante um ano todo e ainda tem os meus avós.
Quando eu ouvi aquilo foi impossível manter meu queixo no lugar. Minha garganta secou e eu senti minhas bochechas esquentarem tanto que meu rosto seria capaz de pegar fogo. A verdade era que eu estava sendo um egoísta filho da mãe que estava pensando somente na minha situação e não estava vendo o lado de Jungkook como era realmente. Eu estava fazendo inconscientemente e não porque eu queria que sua atenção fosse integralmente minha.
— Sim, você tem razão — eu respondi, fechando os olhos e apertando as pálpebras. Eu estava sendo tão imaturo e imbecil por estar na neura de que Jungkook estava mentindo para mim. — Desculpe.
— Tudo bem, não se preocupe. — Eu sabia que ele estava sorrindo e só por isso eu ordenei que meu coração se acalmasse. — Esse fim de semana eu vou estar com meus avós mas no domingo vou passar buscá-lo. Tudo bem?
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Senses | jjk + pjm
FanfictionJimin é um barmen habilidoso que trabalha na boate SENSES, uma das mais badaladas de Busan. Ele está acostumado a servir bebidas para clientes de todos os tipos, mas sua vida muda quando conhece Jungkook, um estudante de direito com gostos e interes...