3|9 wanderlust

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A viagem para Seul foi libertadora. Eu voltei para Busan relaxado e feliz como nunca, relembrando de como o final de semana havia sido incrível. Portanto, na mesma semana eu voltei a minha rotina cansativa de trabalho e fui obrigado a cobrir duas vezes o horário de um dos barman que estava doente. Ter Hoseok perambulando pelo saguão da Senses deixava todo mundo agitado e ansioso.

Ele me interceptou duas vezes a fim de conversar sobre a proposta de emprego em Itaewon, que aliás seria no próximo mês.

— Você teve tempo suficiente para pensar, Jimin — ele disse, me olhando seriamente. — Preciso que me diga sim ou não.

As pessoas ao meu redor me diziam que eu sempre deveria fazer o que era melhor para mim e trabalhar em Itaewon era uma oportunidade gigantesca mesmo que isso significasse ter toda a minha vida virada de cabeça para baixo e recomeçar praticamente do zero. Eu teria uma perspectiva mais ampla morando na capital e as coisas ficariam mais fáceis.

— Sim — eu disse, brincando com os dedos das mãos para afastar o nervosismo.

O sorriso no rosto de Hoseok cresceu e eu recebi um abraço apertado. Fui pego desprevenido e tudo o que eu consegui fazer foi ficar parado dentro daquele abraço estranho.

— Uau! Isso é irado! — ele comemorou. — Passe no meu escritório essa semana para cuidarmos da papelada.

— Claro — respondi ainda um pouco hesitante.

O que foi que você acabou de fazer, Park Jimin? Eu esfreguei as mãos contra minhas bochechas e percebi que havia ficado extremamente tenso e assim que Hoseok se afastou, eu desabei contra a parede fria do corredor antes que despencasse de cara no chão.

A Senses era uma boate popular entre os coreanos e os ocidentais que vinham para Haeundae, e trabalhar nela me trouxe mais benefícios do que malefícios. Não seria fácil dizer adeus e deixar para trás tudo o que eu vivi ali mas eu estava dando um passo em direção ao meu futuro e me arrepender disso estava fora de questão.

Nesta noite, a boate estava com uma iluminação fraca e a decoração era minimalista. Cada mesa tinha um pote de vidro abarrotado de alcaçuz e balas de goma, os clientes podiam comer à vontade. Também haviam projeções de borboletas nas paredes e algumas pendiam do teto presas por um fio transparente. Era um lugar excêntrico e com uma identidade exclusiva.

O suspiro que eu deixei escapar era de pura nostalgia, captei cada detalhe daquele lugar e o guardei no meu coração. Lentamente, eu atravessei por entre as pessoas, meus olhos se ajustaram à escuridão enquanto o DJ tocava um jazz calmo que enchia o lugar de maneira harmoniosa.

Vi Taehyung no meio do saguão, um copo de uísque na mão e o corpo movendo-se ligeiramente ao som da música.

Eu estreitei os olhos para vê-lo melhor. Eu ainda estava zangado e poderia querer socar a cara dele repetidas vezes mas mesmo assim... No passado, ele tinha sido um bom amigo e estava se esforçando para continuar a ser depois de se desculpar e decidir colocar aquela discussão no passado.

Mas Taehyung era muito "I'm not a player, I just crush a lot". Era um rap que eu costumava cantar para Seulgi quando ela desenvolvia uma paixão intensa e efêmera por alguém. Taehyung não era o cara que namorava todo mundo, mas se encantava fácil demais.

A verdade era que eu nunca soube se ele tinha um namorado de verdade ou coisa assim. A coisa acontecia e ia embora rápido demais, acabando antes mesmo de começar.

Eu me encantei fácil e rápido por Jungkook. Foi intenso e abrasador. Quando o vi na estação Yongsan aquele dia senti uma estranha atração de modo que toda interação se tornasse intensa e questionável.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora