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Eu não julguei a expressão que pairou no rosto de Jaebeom naquele momento. Na verdade, eu conseguia compreender muito bem o porquê dele estar me olhando daquela maneira.
— O quê você está fazendo aqui? — perguntei, nem me dando ao trabalho de conter a rudeza com a qual minha vez soou.
As sobrancelhas negras dele se elevaram como se a resposta fosse óbvia. Eu lamentava muito em decepcioná-lo mas não, não era nem um pouco óbvio.
— Vim buscá-lo — ele respondeu com um suspiro.
Minha boca se abriu e pude ouvir Seulgi suprimir um risinho ao meu lado como se eu estar ficando cada vez mais nervoso fosse engraçado. Era sempre bom rir da desgraça dos outros. Por fim, eu engoli seco e tratei de perguntar:
— Me buscar? E onde eu tenho que ir? — perguntei com uma dose muito alta de curiosidade, o que levou Jaebeom me olhar daquela maneira impaciente. — Jungkook pediu para que você viesse?
O rapaz estalou a língua no dentes e se levantou.
— Pode andar logo? — indagou. Eu não sabia como ele e Jungkook eram irmãos, quer dizer, Jungkook era doce e gentil enquanto Jaebeom era uma parede de grosseria e rudeza. — Seu namorado está me acelerando.
— Tá! Vamos. — Eu comecei a ficar exasperado e não demorou muito para que a irritação deixasse os músculos da minha garganta tensos e doloridos quando Jaebeom ergueu somente uma sobrancelha e me olhou dos pés a cabeça. — O quê tá olhando?
— Acha que consegue fazer uma mala em cinco minutos? — Jaebeom estreitou os olhos negros, sem desviá-los de mim. — Pode falar mais alto?
Tirando a parte em que me sentia intimidado pela forma com a qual que aquele cara estava me olhando, uma onda arrebatadora de expectativa invadiu o meu corpo. Eu iria ver Jungkook e ficaria alguns dias com ele, e saber disso foi o necessário para me deixar radiante.
Eu subi as escadas o mais rápido que minhas pernas poderiam me guiar e acelerei Seulgi para abrir a porta e não me demorei para atravessar a sala de estar, tropeçar no tapete, fingir que estava tudo bem e correr direto para o meu quarto. Eu não tinha muito tempo para escolher roupas então peguei as primeiras peças que minhas mãos alcançaram e as enfiei dentro de uma mochila velha.
Do banheiro, peguei minha escova de dentes, minha toalha de banho, fio dental e shampoo. Era o suficiente para dois ou três dias e depois de me despedir de Seulgi, desci as escadas ainda mais rápido do que eu havia subido e desajeitado como só eu parecia ser, antes de conseguir frear meus próprios pés, trombei meu corpo contra o de Jaebeom e recebi o olhar mais gélido em toda a minha vida.
— Foi mal — murmurei, recuando alguns passos para trás.
Jaebeom não respondeu, pelo contrário, continuou com uma expressão impassível e seguiu para fora da portaria até a calçada de onde eu pude ver seu carro estacionado. Eu não sabia que veículo era mas reconhecia a marca Alfa Romeo.
Eu abri a porta com cuidado e deslizei para o banco de couro do passageiro e com mais cuidado ainda, fechei a porta. Tinha cheiro de perfume masculino misturado com um licor de morango muito usado em drinks praianos, todos os bancos eram com estofado de couro, o painel com excesso de botões me fizeram estreitar os olhos e quando movi meus pés sobre o chão do carro, os senti bater em alguma coisa e assim que curvei meu corpo para ver o que era, vi algumas garrafas de soju.
Literalmente, Jaebeom e Jungkook não tinham nada a ver com o outro.
— Por que...Por que ele não veio? — Eu perguntei. Eu não conseguia pensar em um motivo para que Jungkook não viesse me buscar e tivesse que pedir para Jaebeom. — Aconteceu alguma coisa?
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Senses | jjk + pjm
FanfictionJimin é um barmen habilidoso que trabalha na boate SENSES, uma das mais badaladas de Busan. Ele está acostumado a servir bebidas para clientes de todos os tipos, mas sua vida muda quando conhece Jungkook, um estudante de direito com gostos e interes...