2|3 do me

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Eu estava acostumado com as interrupções e o motivo dessa vez foi Jaebeom chamando Jungkook para resolver alguma coisa lá embaixo, algo que não me dizia respeito e muito menos me importava e por isso não me dei o trabalho de tentar descobrir o que era. Em vez disso, eu decidi bisbilhotar o quarto de Jungkook sem nenhuma maldade.

Comecei pelo seu guarda-roupa, abri uma gaveta por vez me surpreendendo com a organização de suas cuecas e meias, a segunda gaveta eram suas calças de moletom e a terceira, de camisetas. O interior do armário tinha um cheiro familiar que vinha de um frasco de perfume importado com uma cor âmbar que estava em uma prateleira. As camisas sociais estavam nos cabides, as calças jeans dobradas uma sobre a outra em uma sequência de três prateleiras e haviam alguns tênis ali também.

Não satisfeito, eu abri a outra porta e algo me chamou a atenção. Era um baú escuro com as inscrições J.J na tampa.

— Que óbvio — murmurei, em ajoelhando em frente ao baú.

Minha mãe sempre dizia para não nos metermos onde não éramos chamados e que a curiosidade matou o gato. Isso é um paradoxo. Se o gato tivesse matado a curiosidade, não teria morrido por ela mas como ele não o fez, acabou morrendo. Eu preferia sanar minha curiosidade do que deixar ser corroído por ela.

Deslizei meus dedos sobre a superfície escura e áspera do baú, pelos detalhes prateados que compunham toda sua estética. Era bonito e sofisticado. O que Jungkook guardava ali? Brinquedos da infância? Dinheiro? De repente, eu fui tomado por uma tremenda excitação e adrenalina e rapidamente puxei a tranca para cima e com cuidado, abri o baú.

A princípio, não havia nada de anormal ou esquisto. Havia uma camiseta preta de Jungkook e um cinto de couro e como dizia o velho ditado: "quem procura, acha", os meus olhos foram atraídos para um tecido preto e quando o toquei eu soube que era cetim. Era macio e brilhante, tão delicado que eu hesitei em pegá-lo nas mãos para observá-lo mais de perto.

Somente quando o retirei completamente para fora do baú que pude perceber que tinha o tamanho e textura ideal de uma venda. A parte interior era de um tecido mais macio, como veludo para que fosse mais confortável aos olhos e em suas extremidades sua largura tornava-se mais estreita.

Por que diabos Jungkook teria uma venda? E por que ela estaria escondida em um baú dentro do seu armário? Eu senti uma sensação fria se estabelecer no meu peito.

— Park Jimin, seu curioso de merda — resmunguei para mim mesmo, porém não me esforcei para me conter. Eu queria saber o que mais tinha naquele baú.

De joelhos e com a pulsação soando em meus ouvidos, eu coloquei a mão dentro do baú mais uma vez e senti meus dedos tocar algo mais áspero e então o puxei para fora. Era uma corda preta, maleável e com mais de dois metros de comprimento. Aquilo estava se tornando cada vez mais assustador e bizarro ao mesmo tempo.

Na terceira vez que coloquei a mão de volta dentro do baú, a porta do quarto se abriu e Jungkook entrou por ela.

— O quê você está fazendo? — Ele perguntou, parecendo tão chocado quanto eu. Meu coração estava acelerado e eu achei que ele fosse sair pela boca, portanto, não sabia se era por ter sido pego em flagrante enquanto bisbilhotava ou se era surpresa por imaginar o que mais tinha dentro daquele baú. — Eu te fiz uma pergunta, Jimin.

Eu me levantei um pouco desajeitado com a corda ainda em mãos. Tentei formular inúmeras frases na minha cabeça mas nenhuma delas parecia fazer sentido, eu precisava respirar fundo ou então, falaria uma porção de merda.

— O quê é isso? — perguntei, percebendo que o tremor que surgiu em minha voz era de repleta confusão e uma pontada de medo. — Por que você tem essa corda? — Eu me abaixei para pegar a venda. — E isso?

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora