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Eu estava em frente ao meu armário de roupas enquanto cantarolava para mim mesmo uma música de um grupo americano de pop. Encarei a pilha de camisetas dobradas e depois, para a pilha de calças. Precisava escolher duas peças de roupas legais para ver Jungkook, mas após quarenta minutos vasculhando o guarda-roupa, eu ainda não tinha encontrado nada que prestasse.
Deixei meu corpo pender para trás até atingir o colchão que afundou com meu peso — macio e com cheiro de baunilha —, e pensei no que diria assim que o visse. Desde a noite anterior, meu tempo estava sendo resumido a pensar em Jungkook e o que diria a ele quando o encontrasse.
Quer dizer, ainda não estávamos nos falando — por culpa minha —, e mesmo que ele me mandasse mensagem diariamente, eu não queria responder porque tudo o que tinha para ser dito, eu diria olhando nos olhos dele. Mesmo que doesse e eu mal conseguisse suportar a saudade, tinha que ser desse jeito.
E, também porque eu precisava deixar de chorar, ter mais segurança em minhas palavras e resolver essa situação de maneira madura.
Será que ele estava magoado também? Será que estava pensando no que me dizer também? Será que ele era tão apaixonado por mim assim como eu era por ele?
Esses questionamentos me deixavam ansioso e com as mãos geladas, me sentia envergonhado e arrependido por sair do restaurante daquele maneira. Porém, quem não no meu lugar não faria a mesma coisa?
Confuso e com as bochechas ardendo, pressionei as mãos contra meu rosto e respirei fundo, tateando o bolso da minha calça em busca do celular. Minhas madrugadas se resumiam em vasculhar os perfis das celebridades e sites de fofocas para distrair minha mente inquieta.
Estava sendo em vão porque eu sempre pensava em Jungkook. Quando eu deixei de responder Seulgi e Jin por duas horas, recebi uma enxurrada de emails e mensagens no Instagram com os dois surtando de preocupação, porém, diferente de todas as outras vezes, eu não lhes disse nada sobre o que ocorreu no Fiancé.
Até mesmo Taehyung tinha me mandado mensagens, ironizando que Jaebeom havia rompido com ele por minha culpa e pelo temperamento explosivo de Jungkook. Claro, eu não concordava com a maneira que ele tinha de resolver tudo no soco, mas o que eu poderia fazer? De ambos os lados da moeda, Jungkook estava protegendo o irmão dele.
E, pensar nisso me fazia refletir sobre não ter defendido Jin da maneira correta. Ele era meu melhor amigo e mesmo assim eu não fiz nada e agora, ele estava com o coração partido.
Após meu primeiro dia na Dynamite, eu acordei decidido que deveria, apesar de tudo, recomeçar. Mas, eu queria mudar fisicamente, talvez tentar um corte novo de cabelo ou pintá-lo, fazer mais uma tatuagem ou furar o mamilo. Pensar na última possibilidade me fez rir e sentir meu mamilo doer somente de imaginar. Essas coisas poderiam me fazer bem e foi com essa motivação que eu pesquisei na Internet cortes e cores de cabelo que talvez pudessem ficar bons para mim.
Mesmo que eu tivesse alcançado o fundo do poço dessa vez, não poderia permitir que fosse para sempre. As coisas só aconteceriam se eu desse o primeiro passo.
Decidido e empurrando todos os sentimentos ruins que me atormentavam, eu foquei nas inúmeras fotos de cortes e cores de cabelo que apareceram na tela do meu celular.
— Castanho, ruivo, azul... — murmurei, indeciso. — Loiro? Hum...
Consegui me imaginar perfeitamente com os cabelos loiros e gostei. O resultado poderia ficar muito bom se eu acertasse o tom e a qualidade do pó descolorante.
Em um salto, saí da cama e peguei minha carteira onde estavam meus cartões de crédito e saí para o corredor, em direção às escadas. Deveria existir uma farmácia por perto e que não fosse muito cara também.
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Senses | jjk + pjm
Fiksi PenggemarJimin é um barmen habilidoso que trabalha na boate SENSES, uma das mais badaladas de Busan. Ele está acostumado a servir bebidas para clientes de todos os tipos, mas sua vida muda quando conhece Jungkook, um estudante de direito com gostos e interes...