3|7 magnum opus

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A Escarlate tinha um tom azul. Bom, toda a fachada era de um azul neon vibrante onde a letra E piscava como se a lâmpada estivesse prestes a queimar. E a música que vinha lá de dentro era muito boa — Personal, do PLAZA —, era uma música que tocava com frequência na Senses a pedido de alguns clientes. No geral, e à primeira vista era uma casa noturna como qualquer outra que eu já tenha frequentado antes.

— O quê acha? Parece convidativa? — Jungkook surgiu ao meu lado e passou o braço pela minha cintura.

Eu olhei mais uma vez para o hall de entrada da boate e cheguei a uma conclusão.

— Sim, a princípio é bem legal.

Jungkook beijou minha bochecha e puxou meu corpo para ainda mais perto somente para que pudesse sussurrar em meu ouvido as seguintes palavras:

— Tenho certeza de que vai gostar do que irá encontrar lá dentro — disse ele —, e eu prometo explicar tudo o que quiser saber, hum?

— Certo, eu confio em você — assegurei antes de beijá-lo nos lábios.

Após passarmos pelo hall e eu ter uma visão mais completa do interior da boate, eu soube na mesma hora que ela era bem mais do que aparentava. A iluminação era avermelhada sobre a pista de dança, haviam sofás e divãs de couro ao redor de uma plataforma que se assemelhava a um palco e haviam casais e trios sobre eles que se beijavam e brincavam um com o outro de maneira instigante.

Os garçons usavam camisa branca, harness e calças escuras e andavam para todos os lados com bandejas em mãos repletas de bebidas de cores vermelha e azul. Tentei observar os detalhes e percebi que haviam quatro passagens que levavam a quatro direções diferentes e que eram asseguradas por seguranças mal encarados. Estreitei os olhos, curioso para saber para onde cada corredor levaria.

As pessoas lá dentro se pareciam com todas aquelas que eu já estava cansado de ver no centro da boate Senses; elas dançavam, enchiam a cara, se beijavam, faziam sexo nos banheiros e depois saíam com a maior cara lavada como se nada tivesse acontecido e mergulhavam na nuvem espessa de gelo seco. Portanto, enquanto eu olhava para cada uma das pessoas que estava no meu campo de visão eu percebia que muitas usavam uma coleira semelhantes a minha e a partir desse detalhe, eu entendi onde estava e o que viemos fazer ali.

— Você frequentava muito esse lugar antes de me conhecer? — perguntei, desviando os olhos de um casal que trocava beijinhos muito próximos onde eu e Jungkook estávamos.

— Aos fins de semana sim — ele respondeu rapidamente. — Agora eu encontrei o que eu tanto queria. — Jungkook tocou levemente a camurça da gargantilha e beijou a linha do meu maxilar. — Vem, preciso te levar a um lugar.

Eu estava atordoado mas não sabia dizer se era pela fumaça do gelo seco, música alta ou o toque de Jungkook no meu pescoço. Era um misto de sensações que me guiaram rapidamente por entre as pessoas enquanto seguia Jungkook na expectativa de descobrir de uma vez para onde ele estava me levando.

Eu apertei minha mão dentro da dele e notei alguns olhares sobre nós dois e isso me fez ter certeza de que Jungkook era conhecido ali. Algumas dúvidas surgiram na minha mente, algumas mais irritantes e inconvenientes do que as outras mas que mesmo assim hora ou outra eu iria buscar respondê-las.

Jungkook e eu entramos na terceira porta à leste e seguimos pelo corredor com baixa iluminação enquanto eu tentava conter meu constrangimento com os gemidos que eu ouvia sair de alguns quartos.

— Nossa que silêncio aqui dentro — falei em um tom cômico e Jungkook olhou para trás, para mim, com um sorriso nos lábios.

— Eu só gosto quando são os seus gemidos — ele disse e então apertou minha mão.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora