5|8 paradisin'

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🍒

Jungkook

Uma brisa leve e fria entrou pela janela do quarto e tocou as costas de Jimin. Ele virou de lado na cama e abraçou o edredom enquanto seus pés se enterravam no lençol de linho e de onde eu estava, podia ver os pelinhos de suas costas se eriçarem. Ajeitei a postura na poltrona e continuei a observá-lo.

Ele soltou um grunhido quando esticou os braços acima da cabeça e em seguida, se esforçou para abrir os olhos pesados, me lançando um olhar sonolento que me fez sorrir.

— Bom dia — falei baixinho.

Os cílios de Jimin pestanejaram e após um bocejo preguiçoso, ele sorriu.

— Bom dia — disse com a voz rouca.

Enquanto eu o observava, uma sensação de nostalgia me atingiu e me levou de volta para o primeiro dia que o vi dormir. Eu tinha a impressão de que se passara tanto tempo, que eu e Jimin já vivemos muito, mas ainda faltava tanto para sabermos um do outro e talvez, o para sempre não fosse o suficiente.

Parecendo compartilhar da mesma sensação que eu, Jimin levantou num sobressalto. Arqueei as sobrancelhas e mordi o lábio inferior para suprimir o riso.

— Caramba, tive um dejà vú — revelou ele. — É exatamente como na primeira vez.

— Mas naquele dia o sol brilhava forte lá fora — comentei. Jimin olhou para a janela e suspirou. — E você gritou ao me ver.

Ele riu baixinho e voltou a olhar para mim outra vez.

— Não acha que está frio demais para você estar tão longe assim? — perguntou.

Assim que me juntei a Jimin na cama, ele puxou o edredom até o nariz e me abraçou.

— Dormiu bem? — perguntei. Apoiei o queixo no topo de sua cabeça e esperei a resposta.

— Sim, a viagem de volta foi um pouco cansativa.

Jimin tinha razão e por mais que sua mãe insistisse para que ficássemos mais um pouco, queríamos voltar para casa, principalmente Jimin que estava preocupado com Shiro e no fim, o cãozinho estava bem e confortável em sua cama.

— Mas foi um bom passeio — comentei.

Eu sabia o quanto era importante para Jimin ter seus pais o mais perto possível e admirava o fato de que eles se esforçavam para manter a união em primeiro lugar, o que me fazia lembrar que um dia minha família também foi assim. Foram tantos momentos bons, apesar de tudo, e que se foram com o vento por conta de uma escolha errada que meu pai tomou.

Durante muito tempo decidi odiá-lo, guiado por um rancor que me fazia acreditar que o máximo que ele podia fazer era abastecer minha conta bancária. A minha parcela de culpa também era significativa porque eu poderia ter feito de uma maneira diferente, lidado com a realidade de uma forma mais madura.

No entanto, as coisas tinham que acontecer da forma que aconteceram e me ensinaram muitas coisas, mesmo que eu ainda tenha certa dificuldade em perdoar, estou me esforçando. O divórcio dos meus pais era necessário, principalmente para minha mãe e vê-la se recuperar, também me ajudava a deixar tudo para trás e esquecer.

Todos nós precisamos de uma segunda chance e talvez, era disso que o meu pai precisava para enxergar as coisas de outro modo e eu, bem, eu apenas precisava permitir que ele tentasse. E honestamente, até algumas semanas atrás eu não dava tanta importância para isso, apenas queria viver os dias de acordo com minhas decisões e deixar os dramas familiares de lado, portanto, ao ver a família Park alimentou minha vontade de consertar o que estava quebrado. Eles eram uma família extremamente amorosos, gentis e que deram todo o amor do mundo a Jimin e eu conseguia ver que era reciproco, o sentimento era palpável.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora