4|3 lemon eyes

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Eu estava parado em frente a porta do apartamento dos pais de Jungkook — que seria meu por um tempo. Minhas mãos estavam suando frio como se abrir aquela porta fosse a última coisa que eu conseguiria fazer na vida e por isso estava nervoso.

Coloquei a chave na fechadura e girei a maçaneta com cuidado, abrindo somente uma fresta para espiar lá dentro. Tudo o que eu consegui ver foi um jogo de sofá branco na sala de estar e um tapete felpudo acinzentado, as paredes eram de gesso e somente uma delas era texturizada. Abri mais um pouco a porta e coloquei o pé direito para dentro, com receio.

A sala de estar era enorme, talvez fosse o maior cômodo do apartamento — com uma decoração moderna e móveis simples, mas com requinte de elegância. Era bonito e parecia ter sido limpo a pouco já que eu conseguia sentir o cheiro de desinfetante. À direita estava a cozinha e à esquerda uma mesa de jantar com tampo de vidro temperado, a minha frente o corredor dos quartos e de onde estava, eu podia ver a sacada.

A vista que eu teria dali era do centro de Itaewon e saber disso me deixou empolgado para desbravar cada centímetro daquele distrito.

— Park Jimin, seu filho da mãe! — cantarolei para mim mesmo, me jogando no sofá macio. — Olhe onde você chegou.

Um sorriso surgiu em meus lábios e uma sensação de satisfação e realização me invadiram ao mesmo tempo, convencendo-me de que tudo era possível. Por hora, ficar no apartamento da família Jeon era a melhor coisa que, portanto, assim que as coisas se ajeitassem na Dynamite eu daria o fora.

Encontraria algum outro lugar e chamaria Seulgi para vir morar comigo quando tivesse condição o suficiente para pagar o apartamento e condomínio sozinho. E aos poucos, eu construiria minha história em Seul.

Peguei o celular do meu bolso e tentei ligar para Jungkook para avisá-lo de que havia chegado bem e que gostaria de encontrá-lo para comemorar, porém, a ligação foi direto para a caixa postal.

— Hummm — murmurei.

Era incomum Jungkook estar com o celular desligado mesmo que estivesse na faculdade ou no trabalho ele sempre dava um jeito de me responder. Mas, de qualquer forma, ele poderia estar sem bateria ou algo do tipo.

Meu primeiro dia em Seul se resumiria em tomar um banho, comer alguma coisa e ir conhecer a Dynamite logo em seguida. Após mandar algumas mensagens para minha mãe e para meus amigos dizendo que havia chegado são e salvo, eu corri para o banheiro e tomei o banho mais rápido da minha vida.

A cama king size estava arrumada com um par de travesseiros e um edredom com estampa floral, tinha uma cômoda e uma TV gigante — por algum motivo pensei que aquele quarto pertenceu a Jungkook em algum momento da sua vida, já que o banheiro também tinha paredes de vidro que me dariam a belíssima imagem dele tomando banho dentro de poucas horas.

Com um suspiro pesado, sentei na beira da cama e refleti por alguns instantes. Os planos para minha primeira noite em Seul eram escassos, eu dependia de Jungkook para conhecer o lugar e até agora não havia conseguido falar com ele. Listando todas as coisas que eu poderia fazer até encontrá-lo, eu dei um sobressalto na cama quando o interfone tocou.

Um sorriso esticou meus lábios e meu coração acelerou — poderia ser ele. Eu adoraria que fosse.

— Alô? — falei assim que retirei o telefone do gancho.

Senhor Jimin, é da portaria — disse a voz do outro lado. — Tem um rapaz que quer subir. Posso liberar?

Mordi o lábio inferior. As possibilidades de ser Jungkook só diminuíam.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora