1|7 movement

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Quando eu fechei o último botão da minha camisa, eu me olhei no espelho e estudei com atenção as minhas peças de roupas novas que eu havia comprado em uma loja assim que saí do hospital. Eu não sabia exatamente porque mas passar a virada do ano de branco era indiferente para mim, eu não me importava com a cor e sim em como elas peças caíram bem no meu corpo.

Eu estava com os olhos presos na fivela dourada do cinto quando a porta se abriu e Jungkook entrou. Eu ergui a cabeça, devorando-o com os olhos. Ele me fitou e houve uma apreciação que me deixou eufórico. Mordi o lábio por reflexo e respirei fundo.

— Acha que eu estou bonito? — perguntei.

Jungkook se aproximou e suas mãos deslizaram pelos meus braços até minha cintura, pressionando os dedos sobre a camisa para que eu sentisse seu calor em minha pele. Ele se aproximou um pouco mais até sua bochecha encostar na minha, estudando meu reflexo no espelho.

— Você é a pessoa mais linda que eu já vi, Jimin. — disse ele. Seus olhos negros brilhavam com desejo e eu senti minha barriga fisgar, assustadoramente excitado por vê-lo me olhar daquela forma.

Eu estreitei os olhos, analisando os traços do meu rosto. As bochechas coradas, os olhos castanhos contornados por olheiras, lábios avermelhados e um terrível ferimento na testa. Olhar para ele me fazia lembrar do medo que senti noite passada, mas também, sentir os braços de Jungkook ao redor do meu corpo me faziam ficar aliviado porque tudo aquilo tinha passado.

— O quê foi? — Ele perguntou. — Por que ficou tão quieto?

Eu virei meu corpo até estar de frente para ele, com as mãos espalmadas contra seu peito, roçando a ponta dos dedos nos botões em sua camisa, desejando tocá-lo por baixo do tecido, sentir sua pele se arrepiar sob meu toque e então, jogar para o fundo da minha mente o medo que causava calafrios no meu corpo.

— Estou um pouco assustado — confessei em um tom baixo. — E olhar para esse ferimento não está ajudando muito.

Eu queria dizer mais coisas mas não consegui, só continuei tentando focar nos botões daquela camisa, na prata da corrente que brilhava e o pingente que repousava em seu peito. É claro que esse trauma não me abandonaria tão cedo mas minha vida não estagnaria por causa disso.

— Você passou por um momento estressante, meu bem — disse ele, tocando o meu queixo e erguendo meu rosto gentilmente para que eu olhasse em seus olhos —, é normal ficar assustado por um tempo mas não se preocupe, a polícia fez um bom trabalho.

Eu não sabia o que tinha acontecido com o assaltante e não tinha certeza se queria saber. Taehyung me disse que a polícia havia cuidado dele e que eu não precisava mais me preocupar porque jamais o veria de volta. Eu repetia isso para o meu coração para acalmá-lo.

— Vem cá.

Jungkook me guiou até a cama e se sentou, me puxando para perto até que eu estivesse em seu colo. Eu apoiei os joelhos no colchão, um de cada lado de sua cintura e apoiei minhas mãos em seus ombros.

— Você foi muito corajoso. Ligou para a polícia antes que aquele cara fizesse algo pior e esse ferimento na sua testa vai desaparecer, Jimin, assim como todas essas sensações ruins que você sente. Confie em mim.

Eu não queria ficar com alguma cicatriz ou marca sobre minha testa, as únicas marcas que eu queria ter em meu corpo eram as das mãos de Jungkook e por isso eu precisava mais do que nunca tê-lo tão perto de mim, mostrando que eu estava seguro ao seu lado.

— Você poderia me ajudar — murmurei, apertando ainda mais o tecido de sua camisa entre meus dedos. — Você poderia substituir essas sensações ruins pelas boas.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora