3|0 voyage

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Eu desisti de tentar convencer Jungkook que seria melhor se pegássemos a estrada para Nam-gu pela manhã mas ele insistiu que deveríamos ir de madrugada e então antes mesmo das cinco nós passamos no meu apartamento para pegar minha mochila e algumas coisas para comer durante a viagem e então, estávamos no carro novamente.

— Vamos chegar em Nam-gu às oito da manhã, meu bem — ele disse, atento à rodovia. — Você deveria dormir um pouco.

— Eu estou bem — respondi, me aconchegando no banco enquanto olhava para Jungkook. Eu amava observá-lo dirigir e o olhar concentrado que me deixava com o coração nas nuvens. — Você não quis que eu fosse para Seul porque viria para cá?

— Sim. — Jungkook afastou a mão do volante somente para trocar de marcha. — A primeira opção foi esperar até o próximo fim de semana.

— E a segunda?

Jungkook olhou para mim antes de responder e eu senti meu estômago se apertar.

— Eu morreria de saudade se tivesse que esperar até o próximo fim de semana para vê-lo, Jimin.

O meu coração bateu ainda mais rápido e um sorriso fez o canto do meu lábio repuxar. Estar perto de Jungkook mais uma vez, onde eu poderia tocá-lo, beijá-lo e tratá-lo da maneira que merecia, fazia a minha alma vibrar dentro do meu corpo. Era como se eu estivesse vendo o sol pela primeira após dias sob uma tempestade furiosa.

Mas além de toda essa alegria que eu sentia, eu não podia deixar de perguntar.

— Então você não está bravo ou com raiva de mim? — Eu encolhi os ombros assim que perguntei e percebi quando o maxilar de Jungkook se retesou.

— Não, eu sou incapaz de sentir raiva ou ficar bravo com você, meu bem — ele disse e eu suspirei aliviado, portanto, ainda havia tensão em sua voz. — Mas fiquei com raiva do seu amigo.

Eu engoli toda a saliva que havia na minha boca e mesmo assim não foi o suficiente para acabar com a secura na minha garganta. Não negaria que estava apreensivo com todo esse desafeto de Jungkook por Taehyung mas o que eu poderia fazer?

— Entendo...

— Eu sinto ciúmes, Jimin. — Jungkook revelou como se dizer tais palavras fosse a coisa mais difícil do mundo. — Mas eu entendo e respeito acima de qualquer coisa a amizade de vocês dois mas não posso evitar. Consegue me entender?

Sim, eu conseguia entendê-lo muito bem. A verdade era que ciúmes existiam em todas as relações, fazia parte de um relacionamento e da vida conjunta, portanto, a diferença estava na maneira com a qual esse ciúme era tratado. Era um sentimento inerente na vida dos seres humanos que poderia ser prejudicial de maneira colossal caso ultrapassasse o limite aceitável.

Eu também sentia ciúme de Jungkook, mas não era da maneira possessiva ou controladora. Para ser sincero, eu era sossegado quanto a esse sentimento porque eu reconhecia que parte dele vinha da insegurança e medo de perder a pessoa amada e eu também tinha plena noção do que eu mais queria no momento: preservar minha relação com Jungkook. Então, eu apenas tinha receio e preocupação em se distanciar ou até mesmo, perdê-lo.

— Eu entendo, Jungkook. — Eu permaneci com os olhos fixos nele. — Eu estava no trabalho aquele dia mas o bar estava servindo apenas cerveja e meus amigos me chamaram para dançar.

Jungkook respirou fundo e olhou para mim mais uma vez. Havia certa ternura em seus olhos, embora a intensidade deles estivesse ainda mais forte.

— Eu fico feliz que tenha se divertido, meu bem. Eu gosto quando fica bem com seus amigos.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora