5|6 nostalgia

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Sabe aquela sensação que temos após acordar um sonho bom?

Bem, era assim que eu me sentia toda vez que estava com Jungkook. Nosso último contato foi no saguão do aeroporto de Incheon e demos um beijo próximo à porta automática do portão C5 por onde eu embarcaria no avião para Busan. Tentei focar em todas as sensações boas para não lembrar que tinha deixado Seulgi tomando conta de Shiro enquanto eu e Jungkook estivéssemos fora.

Aliás, minha mãe ficara um pouco chateada ao descobrir que Jungkook não iria comigo para Nam-gu, mas compreendeu que ele queria passar um tempo com a família com a promessa que no último dia do feriado, iria me buscar. Agora, pela janela do avião pude vê-lo manobrar o carro e ir embora, me deixando com um friozinho na barriga e borboletas no estômago.

Eu tive vários momentos de reflexão sobre o quanto eu o amava — e o quanto ficava emocionado em vê-lo —, como se cada gesto fosse uma novidade, mas sempre parecia insuficiente. Era como se eu tentasse dar forma a um sentimento abstrato que só era possível entender quando se tinha consciência de sua existência. Amar não era estar completamente lúcido de seus sentimentos, era como nó que eu não sabia onde começava ou onde terminava, sem pontas soltas ou brechas. Amar era, além de tudo, um laço mútuo de admiração.

Aos poucos, enquanto construía minha vida pessoal, cada passo que eu dava Jungkook estava incluso porque amar também era planejar um futuro ao lado da pessoa, é quando você não se imagina beijando outros lábios ou segurando outras mãos. Amar era fazer parte um do outro.

Em todos os sentidos.

E foi com esses pensamentos voltados para Jungkook que consegui relaxar durante a viagem para Busan e esquecer o nó que se formou em meu estômago quando o avião decolou. Apoiei a cabeça no encosto da poltrona e observei a vista do céu azulado pela janela, aliviado que eu teria Jungkook a minha espera quando voltasse.

E após um voo que durou menos que uma hora, o avião pousou no aeroporto e a primeira coisa que fiz foi dar o fora da aeronave e ir para o saguão em busca do meu pai. Ele estava sentado em uma das poltronas de aço, os óculos de grau apoiados no nariz enquanto rolava a tela do celular, os tornozelos cruzados um sobre o outro deixava exposto suas meias de lã favoritas e ao ver aquilo, soltei um risinho baixinho.

Appa!

Ele olhou na minha direção assim que ouviu minha voz, e abriu um sorriso amoroso.

— Jimin, que bom que chegou. — Meu pai colocou o celular no bolso do casaco e se levantou para vir até mim. — Como foi a viagem?

Fiz uma breve mesura antes de abraça-lo.

— Foi tranquila — respondi com o queixo ainda apoiado no ombro dele. — Mas não gosto de aviões.

Recebi tapinhas reconfortantes nas costas antes de me afastar.

— É uma pena que Jungkook não tenha vindo com você — lamentou meu pai. — Sua mãe estava empolgada para colocar mais uma tigela na mesa.

— O Seollal é um feriado importante e acho que ele está disposto a recuperar a relação com a mãe e o irmão — expliquei. — Mas ele prometeu que virá me buscar no último dia do feriado.

Meu pai abriu um sorriso animado.

— É certo que ele comece um novo ano com os laços familiares bem fortalecidos — disse ele. — Principalmente porque 2021 é o ano do boi. O ano da superação e empenho nas realizações.

— Sim, apesar de tudo, estou contente que ele esteja disposto a superar o que aconteceu na família Jeon.

Meu pai assentiu e passou um braço sobre meu ombro de forma protetora.

Senses | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora