Pov Rafaella
Ainda estávamos sozinhas em frente ao rio Lez. Acompanhadas por um Nicholas adormecido em nossos respectivos colos.
— Esfriou, meu Deus!— então Daniel apareceu novamente.
Eu nem percebi a temperatura, por Deus!
— Devemos ir.— falei por impulso. Eu não queria ir de verdade.
— Devemos, ele até dormiu.— Daniel olhou para Nicholas. E Bianca quieta.— Você deve estar sem circulação na perna, Bia.— Daniel disse rindo e pegou Nicholas no colo. Ele não acordou.
Bianca apenas sorriu.
— Garanto que não.— ela suspirou.— Vamos, vou chamar um táxi de volta para vocês.— ela levantou e começou a andar, mas Daniel...
— Podemos ir de trem.— ele comentou e se virou para mim.— O que acha?— ele sorriu.
— Se a gente for realmente chegar ao hotel, tudo bem.— brinquei.— Já pensou a gente ligar pra ela do nada porque estamos perdidos?— continuei a brincadeira.
Bianca riu concordando.
— Ela está certa, Caon. Mas façamos o seguinte...— Bianca se aproximou um pouco e disse baixo, por causa de Nicholas.— Amanhã vocês vão aprender a andar de trem por aqui, e faremos isso em cada lugar que passarmos. Assim vocês não ficam tão dependentes. O que acham?— notei que ela estava receosa com aquilo.
— É perfeito!— falei rapidamente para acalmá-la.— De verdade!
— Bom... vamos de táxi então.— Daniel sorriu completamente vencido.
Não sei como, mas quando estávamos esperando algum táxi aparecer no ponto que havia ali perto, Gizelly apareceu. Ah, esqueci de mencionar o fato que Bianca insistiu em ficar conosco mesmo eu afirmando com seriedade que sabia pelo menos informar ao motorista para onde deveríamos ir.
— Tu n'es pas encore rentré, gros cul?— Bianca olhou para Gizelly com os olhos arregalados imediatamente. Como se a amiga, eu acho, tivesse falado algo absurdo. (Não voltou para casa ainda, bunduda?)
Bianca nos olhou um pouco e disse baixo, porém eu escutei.
Óbvio.
— Ce n'est pas quelque chose dont tu parles près des clients, Gizelly! — Bianca eu tenho senso de humor. Não precisa ficar brava com sua amiga. (Isso não é coisa que se fale perto de clientes, Gizelly!)
— Mais tu les connais, non? — Gizelly, nesse momento, cruzou o olhar comigo mas desviou rapidamente. Será que assustei a moça? Mas eu sou um doce... (Mas você conhece eles, não?)
— Je n'ai absolument aucune intimité avec eux. Je travaille encore.— Bianca disse com tanta verdade que nem parece que estudou com a gente. (Eu tenho absolutamente zero intimidade com eles. Eu estou trabalhando ainda.)
Tudo bem, não posso falar isso sendo que nem me lembro do rosto dela durante aquele tempo. Mas não éramos completamente e absolutamente estranhos. Ou éramos?
— C'était mauvais alors, Bia. Mais parlent-ils français? Si oui, pourquoi êtes-vous ici alors?— a cara de Gizelly era cômica demais, quase interrompi aquele diálogo para dizer que estava tudo bem. (Foi mal então, Bia. Mas eles falam francês? Se sim, por quê você está aqui então?)
— Elle peut comprendre un peu, lui non. Alors, ne recommencez pas.— Bianca parece ser aquelas pessoas que mesmo quando estão dando bronca, são elegantes. (Ela talvez entenda um pouco, ele não. Então por favor, não faça isso novamente.)
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My Interpreter (Rabia Version)
FanfictionCansada da rotina corriqueira que vive, Rafaella Kalimann decide tirar um tempo para si. Sem estresse, sem trabalho. Apenas ela e sua família. Casada com Daniel Caon há dez anos, o casal possui um filho, Nicholas, de seis anos. O destino? França. Ma...