My Interpreter (Rabia Version)

Capítulo 19: Les Anneaux

Pov Rafaella

Tá, é estranho acordar e ver somente Nicholas ali. Mas tudo bem, não vou morrer por isso. Porém acordei estranhamente feliz e acabei sorrindo ainda mais quando vi meus recados.

Me encontre no saguão do hotel no começo da noite, é tudo por hoje.— Bianca, 10:38 AM

Estranho ela querer passear quase a noite mas totalmente diferente. Se eu estou curiosa? Que isso... quase nada, né?

Eu não sei o que Daniel tanto fazia por aqui enquanto eu dormia, já que ele sempre estava acordado. Eu me arrependi ontem mesmo de ter falado com ele daquele jeito. O pai dele quando encana com alguma coisa ninguém muda, e se ele pediu a presença do filho... era melhor mesmo. Porém fico me perguntando para onde Daniel deverá ir quando decidir voltar. Estarei ainda em Nantes? Estarei em... se não me engano Paris é nosso próximo lugar. Para onde ele deverá ir?

— Mamãe, a Bi podia ficar com a gente aqui, não podia?— às vezes eu adoro como Nicholas me traz de volta à realidade, sabe? Mas não gostei muito agora.

— Ela tem o quarto dela, meu amor. E por que ela ficaria aqui?— perguntei só para entender o que se passava dentro daquela cabeça tão fascinante.

— Porque ela gosta da gente, a gente gosta dela. E o papai não está aqui.— ele balançou os ombros.

— Vamos continuar saindo com ela. Não está bom assim?— perguntei e ele me olhou.

— Está.— ele sorriu.

Ficamos ali um pouco juntos, conversando sobre coisas aleatórias que ele gosta, e até troquei algumas mensagens com Manu. Enfim chegou a hora de nos arrumarmos para encontrar Bianca. Eu estou extremamente ansiosa para ver o que vai acontecer hoje, não vou mentir!

Parece que o tempo não passa aqui, meu Deus! E quando ele resolveu passar, assim que saímos do quarto, logo demos de cara com ela. E novamente ela se encontrava com aquele estilo calça/camiseta e tênis. E um... não era um casaco, era...

— Isso é um blazer, Nick.— se Nicholas não tivesse perguntado eu estaria achando que ela lê mentes. Enfim! Ela me olhou sorrindo.— Uma bela noite para combinarmos.— ela sorriu, saindo na frente.

Eu fiquei um pouco pensativa até perceber que nós três usávamos preto e preto e... preto. Dei de ombros sorrindo e segui ela.

— É estranho eu estar ansiosa?— questionei sem querer. Ela me olhou ao mesmo tempo que virávamos um dos corredores para chegarmos ao elevador.

Ela sorriu, por algum motivo e eu sorri junto pelo mesmo motivo: nenhum.

— O que eu quero mostrar hoje te fará esquecer o que houve e... é compreensível a sua ansiedade. Estamos em Nantes, mon amour!— ela disse um tanto animada e de repente já estávamos dentro do elevador.— Sabe o que eu mais gosto daqui?— ela me olhou.

— O que?— perguntei mas não a olhei por muito tempo.

— Nantes é apenas a capital desse lugar tão incrível que a região do Loire é. Fico me perguntando quantas histórias não se formam aqui.— sorri pelo modo apaixonado com que ela fala sobre simples cidades e regiões. Tudo bem, não são simples. Mas na boca dela viram lugares incríveis.

— E está longe?— perguntei.— O rio.— às vezes faço as perguntas pela metade... na verdade isso acontece com ela por perto, me sinto idiota.

— Não.— ela sorriu.

O elevador parou, nós saímos e ela avisou que seria necessária uma pequena caminhada. Na verdade ela ofereceu o mesmo caminho de trem ou carro, mas a decisão de andar foi... unânime. Era uma cidade linda, ainda mais à noite. Claramente cheia de atrações, o que me encheu de felicidade ao lembrar que não iríamos embora tão cedo assim. Segundo ela, eram atrações que uma hora ganhariam a nossa atenção, mas não seria agora.