Capítulo 38: Beije-a como no Titanic

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Pov Bianca

Horas depois

— O que o Nicholas está fazendo aqui?— perguntei baixo, mas eu queria gritar mesmo. Miguel me olhou tão calmo que se olhar matasse... ele cairia duro ali mesmo!

— Ele quis, Íris quis, eu quis, Rafaella deixou... até a minha mãe quis.— o cínico estava lendo algum jornal, usando óculos e... tem como ficar com mais cara de metido?

— Eu deveria levá-lo agora?— a situação era complicada...— Deveria se ele não estivesse dormindo...

— Hey! Vai entrar em combustão? Eu me responsabilizei por ele hoje, e o levarei embora assim que vocês terminarem.

— Certo... mas fique a postos caso precise levá-lo para a torre e não para o hotel.— me afastei dele, mas é claro que não seria tão fácil assim...

— Você quem manda, chefinha!— aquela risadinha dele...

— Às vezes eu te odeio... até mais tarde.— o deixei para trás e não perdi tempo para ir até Rafaella.

Aquela simples travessa parecia maior do que o normal, não é possível! Mas com muita perseverança eu cheguei lá. Rafaella ainda estava no quarto, segundo a recepcionista. Pedi que ela avisasse minha chegada, e que deixasse Rafaella ciente sobre eu não subir. Me sentei em um dos sofás da recepção e fiquei alguns minutos esperando por ela.

A verdade era que eu ainda sentia facilmente o resquício do vinho em minha boca. Eu não estava bêbada, mas se eu disser que estava 100% sóbria... estaria cometendo um erro. Não muito grave, mais ainda assim um erro.

Senti uma espécie de corrente de ar passando pelo meu pescoço, nesse momento levantei a cabeça e olhei tudo ao meu redor. Essa corrente de ar deve ter sido algo proposital do universo que tanto conspira ao nosso favor, já que Rafaella entrou no meu campo de visão assim que levantei a cabeça. Ela estava linda como sempre, e sempre de preto... além de que, por alguma razão desconhecida, ela andava com essa pose confiante.

— Lembra quando eu mencionei sutilmente o fato de que você atrai olhares em cada lugar que passamos?— perguntei após levantar. Estávamos a poucos centímetros de distância, então pude ver os olhos dela bem de perto.— Está acontecendo agora, então vamos?— perguntei tentando permanecer totalmente calma. E eu estava, para falar a verdade.

Por breves segundos vi suas pupilas dilatadas, enquanto ela abria esse super sorriso.

Eu li sobre pupilas dilatadas... isso acontece quando vemos algo que gostamos. Mas ela está me olhando.

— Não sinta ciúmes, Andrade! Vamos!— se ela acha que isso é engraçado... ela não pode simplesmente sair assim!

— Não é ciúmes!— fui atrás dela imediatamente, e tranquila por sairmos do foco daqueles abutres franceses.

Rafaella me olhou totalmente cética.

— Por que eu teria ciúmes de você, Kalimann? Para começar vo—

— Sou casada. E o que mais?— ela continuava com aquele olhar.

— E que eu prometi ao seu marido que não deixaria nenhum francês jogar charme para cima de você. Aliás, ele pediu isso e eu mencionei o quão patético era já que você só falta babar quando fala dele... mas o ponto é: estou apenas cumprindo a minha promessa aqui.— tenho certeza que fiz um ótimo trabalhado tentando me defender desse jeito. Mas não parece ter dado certo.

— As pessoas tem olhos, Andrade...

Continuamos descendo a rua e... quem disse que eu ligo para os olhos das pessoas?

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora