Pov Rafaella
Dia seguinte
Talvez minha cabeça tenha girado a noite toda, só talvez mesmo.
— Você sempre esqueceu que é fraca para isso, né meu amor?— Daniel, esse paspalho, está rindo ao meu lado. Olhei para ele imediatamente.— Ui! Se olhar matasse... ai...— ele se jogou para o lado, com a mão no peito.
— Sua atuação é verdadeiramente uma bosta.
— Toda emburradinha, meu Deus!— e então ele voltou a ficar de bruços, apoiado em seus cotovelos, e colocou seu rosto em suas mãos, como se fosse um tipo de altar.
— É claro que eu estou emburrada, minha cabeça dói e você está rindo.— voltei a deitar a cabeça no travesseiro, já que estava parcialmente sentada antes. Fechei os olhos mas Daniel não parou de falar.
— Mas estamos esperando o efeito do remédio. O que mais eu posso fazer?— olhei para ele novamente.
— Não rir já é uma excelente ideia.— praticamente vociferei.
— Tudo bem.— e ele sorriu.— Tudo bem... e se eu, por um acaso, me deitar aqui e...
— Não ouse. Estou brava com você e pretendo continuar assim.— o cortei imediatamente. Ele acha que pode me amolecer nesse estado mesmo?
— Mas digamos que não é para você.— ele deitou, deixando o braço esquerdo esticado. Era um lugar tão convidativo, Deus me ajude.
Quanto a pergunta, ele acha que pode me amolecer? Se acha, está totalmente certo.
Não me julguem! Uma das melhores coisas do mundo é deitar em cima do peito dele.
Pov Bianca
— Aquele brasileiro, o Caon, eu conheço o nome da família dele. Ele me olhou ontem como se eu fosse um tipo de Deus imaculado. Achei engraçado.— Isaac, Gabriel e eu estávamos tomando café da manhã. Por alguma razão que desconheço, aquele dia não estava nada cheio por ali, o que permitiu esse momento.
— Acho que todos nós percebemos isso.— respondi sorrindo.
— E quando vocês vão embora?— Gabriel perguntou bem curioso. Por ele eu ficaria ali até tudo isso acabar, mesmo não estando na cidade. O que era totalmente inviável.
— Acho que hoje é o último dia aqui. Eles já conheceram alguns parques sozinhos, nós visitamos quase todos os museus, e hoje vamos terminar. Então... amanhã ou depois.
— E vão para onde? Nantes?— Isaac perguntou de um jeitinho sarcástico. Reconheço que é um tanto "clichê" partir de Toulouse para Nantes. Mas não é nada clichê, é uma viagem de seis horas.
— Pelo silêncio...— Gabriel entrou na dele.— Previsível.
— Por que vocês não planejam uma viagem pelo país inteiro então? Vamos lá, não podem recorrer aos clichês. Paris? Só depois. Cannes então? Só no final. Quem mostrar o melhor plano de viagem poderá fazer incontáveis gracinhas.— eu não falei brava, mas os dois me olharam como verdadeiras crianças quando são pegas no flagra durante uma arte. Eu quis rir, mas não o fiz.
— Calma...— Gabriel foi o primeiro.
— Eu estou calma. Calmíssima.— meu sorrisinho de canto deveria mostrar que eu estava calma, mas aparentemente não mostrou.
— Você sabe que nós adoramos o seu trabalho. Gostamos de brincar com você porque é engraçado te ver toda brava.— Isaac não tem vergonha na cara, eu sei.
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My Interpreter (Rabia Version)
FanfictionCansada da rotina corriqueira que vive, Rafaella Kalimann decide tirar um tempo para si. Sem estresse, sem trabalho. Apenas ela e sua família. Casada com Daniel Caon há dez anos, o casal possui um filho, Nicholas, de seis anos. O destino? França. Ma...