Capítulo 37: Eu sei coisas sobre vocês

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Pov Bianca

Minha noite de sono foi tranquila, devo admitir. Saber que Rafaella não quer cancelar a viagem me deixou menos preocupada e aquele assunto que envolve duas bocas parece estar de lado, o que é ótimo!

Como hoje eu finalmente a levarei à Torre Eiffel, não vejo motivos que me impedem de fazer isso à noite. A visão lá de cima é maravilhosa em qualquer horário, eu sei! Mas quando o sol se põe... é uma vista única no mundo todo, quero que ela tenha no mínimo a experiência perfeita.

— Você o quê?!— tenho certeza que a minha voz aumentou algumas oitavas, pois o que acabei de ouvir foi...

— Vocês vão sair mais tarde, qual é o problema?— Íris me olhava com uma expressão que beirava o tédio, como se a ideia brilhante dela em chamar Rafaella para cá durante o dia não fosse nada atípica.

— O problema é que vamos sair mais tarde! O que você pretende fazer quando ela chagar aqui?— perguntei de braços cruzados e a encarei um pouco, aposto que ela sequer pensou nisso, e a cara que ela fez...

Por sorte estávamos na parte de cima, mas ainda assim pude observar a chegada de Rafaella e Nicholas. Eu sorri para Íris de uma forma irônica.

— A visita é sua, Íris. Estarei no escritório.— tudo bem, não era o fim do mundo e eu reconheço... mas a cara da minha irmã agora... hilária!

Ela desceu, e enquanto isso eu realmente fiquei cuidando de alguns papéis. Na verdade se tratava do próprio passeio de hoje. E estava tudo bem até eu reconhecer a silhueta parada na porta, me olhando.

— Íris foi bem categórica ao dizer que você entrou em pânico quando soube que eu estava a caminho. Por quê?

Ela não estava brava, nem nada disso. Acho que do mesmo jeito que eu me diverti com a cara de Íris, Rafaella está se divertindo com a minha agora. E Íris também, aposto!

— Eu amo a minha irmã, Rafaella... amo mesmo. Mas tudo que eu queria fazer agora era torcer aquele pequeno pescoço. Claro, com muito carinho.— comentei e Rafaella riu. Eu não olhava para ela, estava fingindo que aqueles papéis em minhas mãos eram importantes.

— Eu posso ir em—

— Mas é claro que não! Vai ficar aqui até chegar a hora de acabar com a sua agonia de subir aquela torre.— confesso que foi uma fala impulsiva, e só notei após terminar de falar.— Se você quiser, é claro.— olhei para ela e pela cara, ela sequer notou.

— Por que não?

(...)

Pov Rafaella

— E se eu fizer um purê de batata?— Bianca me olhou daquele jeitinho dela. Aquele jeito um tanto sapeca.

Eu já não sei do que estamos falando, só sei que... não, não sei.

— Tudo bem. Quer ajuda?— perguntei realmente tentada a fazer qualquer coisa que ela pedisse.

— Hm... só me acompanha.—ela me olhou.— É bom que deixo para Íris, ela ama.— ela sorriu ao falar da irmã e eu sorri ao vê-la de tal jeito.

Nós saímos do escritório, rumo à cozinha do lugar. Cada uma com uma taça de vinho em mãos, porém ela deixou sua taça em cima da mesa. Por que todos os lugares aqui na França parecem casas?

Bianca se abaixou em frente a geladeira para pegar as batatas, batatas enormes devo mencionar, e as colocou em cima do balcão da pia. E sem que eu percebesse, uma panela com água estava em cima do fogão, mas não estava aquecendo.

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora