Pov Rafaella
Bom, enquanto eu gastava meu tempo resolvendo coisas, Manu ficou com ele e depois voltou para me ajudar.
— Okay... o que foi?— ela tirou o papel da minha mão.— Você costumava trabalhar estranhamente empolgada.
— Hm?
— Não se faça de desentendida! O que houve?
Suspirei.
— Eu acho que estou apaixonada pela Bianca.— suspirei e me esparramei na cadeira. Eu adoro essa cadeira, meu Deus! Você se joga para trás sem ter medo de ser feliz e acaba deitada.
— VOCÊ O QUE?!
Olhamos para a porta do escritório e meu corpo quase saltou para da cadeira no mesmo instante.
— Apaixonada por QUEM?—
Meu fôlego voltou aos poucos e minhas pernas perderam toda a força, fazendo com que eu me sentisse de volta.
— Porra! Quer me matar do coração? Porra, Marcela!— levei a mão ao peito e minha respiração fraquejou também.
— Ele está aqui, sua louca!— vi a loira puxando uma cadeira e colocando perto de mim. — Se apaixonou? Logo você que lambe o chão que ele pisa?— ela sorria, não entendi muito bem o por quê.
— Ele que lambe o chão que eu piso, se toca!— brinquei. Eu sei que nessa relação tem muita troca, ele faz, eu faço e vice-versa.— E é uma longuíssima história, nem queira sab—
— Ah mas eu quero! E se não contar, farei greve de amizade!— Marcela levantou e seguiu para o canto da sala, onde algumas bebidas estavam dispostas estrategicamente para quando eu quiser conquistar de vez algum fornecedor ou investidor, ou... sempre o mesmo perfil: o homem que se acha o todo-poderoso. Tenho nojo, porém alavanca as coisas.
Enfim! Ela sorvia o drink aos poucos enquanto voltava a se sentar. E me encarava.
— Eu tenho mesmo?— perguntei a Manu, que assentiu.
— Ela pode ameaçar trancar o plano de saúde da empresa. E é um ótimo plano, eu não perderia.— Manu balançou os ombros.
Acabei sorrindo com a audácia da baixinha.
— Nem tinha pensado nisso, obrigada Manuzinha!— Marcela sorriu de uma forma até maligna, posso dizer. E me olhou.— É isso aí! Se não me contar eu corto o plano de saúde e seus funcionários vão cair em cima. Um belo efeito dominó.— em cima da mesa, havia um copo d'água. E eu queria jogar tal copo em Marcela.
Respirei fundo, balançando a cabeça lentamente.
— Tudo bem, não hoje. Qualquer dia que você quiser, mas não hoje. Por favor. Eu tenho que me concentrar nesse jantar que teremos mais tarde.— não era mentira. Se eu voltasse a falar de Bianca ali, àquele momento, eu colocaria tudo em risco.
— Amanhã, nós três no mesmo bar de sempre. Às sete! E não tente me dar bolo dessa vez, Kalimann!— ela virou o copo e levantou.— Tenho que ir, pessoas estão esperando para serem cortadas por essas mãos que valem um milhão de reais. Beijo em vocês e se comportem!— ela saiu caminhando até a porta mas me olhou.— Se bem que você parece definitivamente não ter se comportado.— e assim, saiu rindo.
Marcela era essa pessoa alegre demais. Ela entra, faz o que tem que fazer, e saí. Ou às vezes faz o que quer, como agora. Mas ainda assim, é uma das pessoas a qual eu posso contar com certeza.
Apoiei meus cotovelos sobre a mesa, e meu rosto em minhas mãos. Suspirei ainda pelo susto que levei da loira.
— Melhor não falar sobre isso em ambientes sem segurança.— Manu me sorriu e levantou também.
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My Interpreter (Rabia Version)
FanfictionCansada da rotina corriqueira que vive, Rafaella Kalimann decide tirar um tempo para si. Sem estresse, sem trabalho. Apenas ela e sua família. Casada com Daniel Caon há dez anos, o casal possui um filho, Nicholas, de seis anos. O destino? França. Ma...