Capítulo 59: Ela está cuidando de você

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Pov Rafaella

Dia seguinte

Um dia cheio pela frente e eu ainda enjoada para qualquer coisa. Sinceramente? Se for gravidez... que nasça, mas me deixe sem enjoos. É tudo que eu peço!

— Bi, eu realmente não consigo comer.— era a terceira vez que ela me oferecia sei lá o que, e a terceira vez que eu quase vomitei no pé dela.

— Okay.— ela desistiu?— Mas eu te levo pro trabalho. Ou você anda de Uber o dia todo.— o quê?

— Oi?

— Você desmaiou ontem, se isso acontece enquanto você dirige, o mínimo que pode acontecer, é você causar um acidente múltiplo. Ou morrer! Então você decide.

— Tá, tá...— ela me encarou.— Tá! Você séria não parece muito amigável... eu aceito o Uber, sei que a sua mãe ainda está aqui, eu não posso conhecê-la sendo que meu maior desejo agora é vomitar no pé de todo mundo. Licença.

(...)

Primeiro, fui buscar Nicholas. Que Deus me defenda hoje, olha...

Ele veio correndo e abraçou as minhas pernas.

— Oi, mamãe!— ele me olhou e o máximo que eu fiz, foi arquear a sobrancelha.

Animadinho?

Atrás dele, Daniel.

— Tá pálida por quê?— sério que é a primeira coisa que ele vai falar?

— Eu sei, tá bom?— suspirei.— Desculpa... não quis ser grossa.— eu tinha outra coisa para fazer ali.— Estão assinados.— entreguei os papeis do divórcio e ele assentiu de leve.

— Tudo bem... nos vemos amanhã.

Daniel começou a se afastar e eu decidi entrar logo no carro. É lógico que Marcela tiraria meu sangue. Ela me colocou nessa, ela que me ajude. Aquelas...

Nicholas ficou quieto durante o caminho, não fez uma só pergunta. Quando chegamos, ele notou muito bem onde estávamos.

— Mamãe...

— Eu vou falar com a Mah, dessa vez não é você que vai tirar sangue.— brinquei com ele. Nicholas não gostava de agulha, mas quem gosta? Uma vez Daniel e eu tivemos que mentir para que ele fizesse um exame, então acho que traumatizei meu filho. Ele ficou tranquilo, apenas me acompanhou.

Marcela tinha uma clínica, além de trabalhar no hospital. A maioria ali já me conhecia, então uma enfermeira apenas me levou para uma salinha, na qual esperei até Marcela entrar, já colocando as luvas.

— Opa! Vai tirar sangue também, Nick?— ela não perde uma... o coitado ficou branco que nem eu.— Estou brincando! Hoje apenas a sua mãe sentirá a picadinha.— disse rindo, e sentou ao meu lado. Eu vou matá-la por me fazer passar por isso.

— Você acredita que eu estou andando de Uber o dia todo porque a Bianca confiscou a chave do carro?— perguntei incrédula. Marcela abriu um sorrisinho que me fez querer espetá-la com aquela agulha.

— Ela está cuidando de você. Gostei.— ela passou o algodão no meu braço e depois eu senti aquele caralho me furando.

— Porra, porra, porra...— não falei alto, mas o suficiente para ela rir.

— Já foi, cabeção.— abri os olhos poucos segundos depois, nem senti direito ela tirando a agulha, mas ainda bem que acabou.

— E quanto tempo para acabar essa angústia?— coloquei a mão sobre o algodão que ela colocou antes de colocar o curativo, e depois disso, dobrei o braço.

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