Capítulo 57: Ela desmaiou

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Pov Bianca

Dia seguinte

Mônica queria que eu contasse, então o farei. Mas não antes de "montar minha base de apoio" aqui em São Paulo. Isso significa que em poucas horas, estarei no aeroporto para buscar três pessoas, e sendo duas delas Mônica e Íris... a terceira podemos considerar meu ponto de apoio. É lógico que Gizelly viria!

Pov Rafaella

— Você já assinou o papel do divórcio?— eu estava tão aérea que a voz de Manoela veio como um longínquo sussurro, me tirando do pequeno transe no qual eu estava há alguns minutos. A tela do computador no mesmo estado. Suspirei e me virei para respondê-la adequadamente.

— Sim...— suspirei e meus olhos focaram no papel em questão já que estava bem ali. — Assinei ontem.— ela não expressou reação alguma, apenas voltou a olhar seu computador.

— Posso enviar para você.— ela disse alguns minutos depois.

— Agradeço, Manu, mas eu tenho que fazer isso.— sorri para ela e comecei a pensar nas coisas importantes que eu tinha para fazer durante o dia.

Nicholas está com o pai desde ontem, o que não é novidade. Enquanto Bianca quase furava o chão de tanto andar ansiosa, ontem à noite, eu li os papeis do divórcio e me parecia justo, eu acho. Daniel não quis nem uma parte da empresa. O que não me chocou, já que eu sempre soube que ele não gostava disso aqui. Mas ok!

— Esse calor que São Paulo está hoje vai me matar...— me afastei da mesa, abri os dois primeiros botões da minha camisa e fechei os olhos enquanto suspirava. Encarei o teto, mas não por muito tempo.

Manoela estava de pé, colocando um copo bem gelado de água sobre a mesa.

— Obrigada, manuzinha.— nem deu tempo de curtir muito a sensação refrescante, a porta do escritório se abriu, revelando uma Marcela completamente alegre.

— Essa nova secretária de vocês... ela parece ter medo de mim. Ou estou enganada? — ela sentou, se servindo igualmente com água.— Jesus... esse calor de hoje... saudade dos ventos.

— Pensei que eu era a única aqui a estar quase morrendo de calor.— comentei aliviada, confesso.

Eu estava me sentindo um porco suado de tanto correr, e Manu... plena, parecendo uma deusa. Zero calor. Que inveja...

— Eu estou com calor, você está com a pressão baixa.— às vezes ter ela como amiga me deixa num estado de quase tédio. Medicina e Marcela andam de mãos dadas.

— Eu estou bem!— com a cadeira de rodinhas, voltei à posição de antes. Agora eu estava perto da mesa e com zero vontade de trabalhar.— E respondendo a sua questão, a nossa secretária tem medo de você porque a Manu disse que você não bate muito bem da cabeça e... e eu não neguei.

— O que?!— Marcela nos olhou totalmente incrédula, esperando que fosse mentira. Mas não era.

Manu começou a rir, com as mãos levantadas mostrando rendição.

— Não me culpe por dizer a verdade.— acabei rindo com o comentário e Marcela desistiu de se defender da gente.

— Peça para a coitada trazer algo salgado antes que a Rafaella desmaie aqui.— sabe o sussurro longínquo? Ele novamente apareceu. E apareceu acompanhado por uma escuridão.

(...)

O cheiro de álcool era insuportável, talvez por isso acordei. Minha visão passou a ganhar nitidez e vi três rostos ali. Manu, preocupada. Marcela, atenta. E Gabriela, assustada, com... isso é um croissant na mão dela?

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora