Pov Bianca
Minha noite de sono foi... boa. Uma das melhores até agora. Por algum motivo eu estava em paz e de certa forma feliz. Acordei e vi que não passava das oito da manhã. Não que eu fosse acordar Rafaella ou Daniel agora, mas eu queria planejar algumas coisas para hoje.
Desci cerca de meia hora depois e encontrei Gabriel todo animado.
— São oito horas agora, como você consegue ficar animado?— perguntei um tanto ranzinza, confesso! Ele riu.
— Sou assim, um raio de sol. Vamos para o restaurante.— bom, não neguei.
— Um raio de sol, realmente.— brinquei. Ele sorriu.
— Vamos, me conte. Como estão as coisas e o que é esse seu novo estilo de trabalhar? Pelo que sei voc—
— Eu sei o que você sabe, mas não é nada assim. Eu conheço eles, e estamos apenas viajando.— o cortei suavemente e logo estávamos sentados em uma das mesas.
— E como Íris está?— enquanto Gabriel matava sua curiosidade sobre minha vida, nós pedimos várias coisas. Mas o meu preferido, croissant, não poderia faltar.
E ao contrário do que se pensa, não comemos croissants recheados normalmente. Eles são amanteigados e deliciosos por si só.
Mas também tínhamos uma bela baguete, fresquinha. Eu gostava de comer com geleia de morango, especificamente, e Gabriel gostava de comer com manteiga.
— Ela está bem, e bem rebelde, devo dizer.— sorri. Eu deveria ligar para ela.
— Seu café está à altura?— ele perguntou sorrindo. Ele preferia suco de laranja pela manhã.
— Jamais chegará aos pés do café da minha tia Amélie, mas eu posso viver com isso.— brinquei, claro. Gabriel era dono de um hotel realmente "de ponta".
L'aigle d'or, ou Águia Dourada para os curiosos, pertencia ao pai de Gabriel mas não era, não chegava nem perto, do hotel que é hoje. É enorme! Gabriel investiu em tamanho, conforto e elegância. Bem como o nome diz, o lugar é predominantemente dourado, com detalhes em vermelho. Sim, às vezes parece que estamos dentro de uma coroa. Claro, isso requer um restaurante com duas estrelas Michelin. E o chef talvez seja meu amigo também.
Isaac Azar, simplesmente o quarto melhor chef da França. Bom, ele foi classificado assim porquê se recusa a deixar Toulouse, visto que ele poderia se sair muito bem em lugares "melhores" como Paris, por exemplo. Então sua teimosia e resistência tiram alguns pontos dele, segundo alguns críticos.
Já disse como minha cidade é subestimada? Paris é linda, perfeita! Mas não existe somente ela.
— Ora! E não é que temos Bianca Andrade aqui?— por falar em Isaac...
— Ora! E não é que temos o melhor chef do mundo aqui?— me levantei para abraçá-lo, mesmo essa tarefa sendo um tanto difícil. Quantos metros ele tinha mesmo?
— O melhor do mundo eu não sei.— ele sorriu.— Mas o melhor da França um dia.— ele me soltou, ficando ao meu lado.
— Você já é. Sabe que aquela avaliação foi roubada.— Gabriel comentou ainda sentado.— Hm, consegue se juntar a nós?— ele olhou para Isaac como um cachorro perdido. Eu ri e voltei a me sentar.
— Infelizmente não, mas a noite tenho algumas horinhas. Por quê não se junta a nós?— Isaac me olhou.
Eu ainda não tinha noção de onde levaria Rafaella e Daniel hoje.
— Estou aqui a trabalho.— expliquei.— Não tenho certeza se estarei livre pela noite.
— Bom...— Isaac sorriu.— Veja isso e me avise, senão marcaremos algum dia. E não aceito não como resposta!
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My Interpreter (Rabia Version)
FanfictionCansada da rotina corriqueira que vive, Rafaella Kalimann decide tirar um tempo para si. Sem estresse, sem trabalho. Apenas ela e sua família. Casada com Daniel Caon há dez anos, o casal possui um filho, Nicholas, de seis anos. O destino? França. Ma...