Capítulo 48: Oui? We.

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Pov Rafaella

Dia seguinte

Dante e Vicente eram os tradutores que Manu trouxera ao escritório. Quando eles se apresentaram minha ficha caiu, despencou, se jogou de um prédio de vinte andares porque no fundo eu esperava que ela aparecesse para tal trabalho, mas seria ridículo, certo? Manoela jamais faria isso sem me consultar primeiro, o que eu odiei por alguns momentos.

A parceria que envolvia as duas empresas consistia em abrir um espaço em cada lugar do mundo para a restauração de artefatos históricos a fim de aliviar o trabalho dos museus. Eu entrava na parte da construção, claro. E para isso precisaria de pequenas filiais pelo mundo, coisa que eu deveria ter feito há tempos. Não me pergunte como surgiu a oportunidade, só sei que abracei. Novamente fazendo parceria com italianos... por isso Dante e Vicente. Eu posso lidar com isso, tenho certeza... não tanta mas alguma certeza sim.

— Os dois contratos me parecem idênticos! Podemos enviar uma cópia?— nota mental: convidar Manu para ser minha sócia.

— Claro...— ela estava saindo da sala quando o convite escapou por minha boca.— Manu?

— Sim?

— O que eu preciso fazer para ter você como sócia? Digo, devo te comprar ou persuadir? Olha que eu posso ser muito persua—

— Basta a pergunta, Rafaella!— então ela saiu rindo.

Por que não fiz isso antes?

Duas semanas depois

Enfim o dia da festa! Nicholas sequer suspeita do que está acontecendo. Ele acordou sorrindo por saber que será paparicado o dia todo, não julgo pois ele pegou isso de mim. E bom, eu o enchi de beijos quando levantei e Daniel fez a mesma coisa logo depois, além de preparar o café da manhã perfeito.

Nicholas estava notoriamente feliz com aquele início de dia. Ele só não espera pelo resto dele. O que me deixa feliz demais, confesso! Ver a carinha dele hoje é a minha maior meta.

Mal sabe ele que vamos buscá-lo, e isso porque Daniel disse que hoje sua mãe faria isso. Bom, essa ideia foi contra minha vontade porque seria o único ponto baixo no dia de hoje. Mas reconheço também que apesar da maldosa mentira, a surpresa ficará ainda melhor quando Nicholas nos ver ali.

(...)

O sinal estrondoso da escola soou e todas aquelas crianças saíram correndo até seus pais e responsáveis tal qual uma manada de elefantes. Falo de modo carinhoso! E entre aquela multidão a única cara que reconhecei foi a dele, e quando ele nos viu o sorriso foi imediato. Nicholas correu até nós e primeiro pulou em mim.

— Achou mesmo que não ficaríamos juntos hoje?— perguntei sorrindo enquanto lotava ele de beijos.

Mas carinhos à parte, estava na hora de entrar no personagem.

— Vamos para casa e lá você decide o que fazer, tudo bem?— Daniel o pegou no colo e assim caminhamos até o carro. Devo mencionar que a capacidade dele em mentir é surpreendente.

— Eu quero comer bolo e assistir bastante desenho!— é... ele está feliz!

— Vamos fazer isso, mas a vovó quer te ver.— era a minha vez de falar aquela mentirinha.

— Por que ela não vem?— criança inteligente às vezes é difícil... ele me quebra toda quando os argumentos são bons.

— Porque...— por que?— Porque ela fez seu bolo preferido e não tem como andar de carro com um bolo.— jura? Foi a melhor coisa que pensei?

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora