My Interpreter (Rabia Version)

Capítulo 26: Será do meu jeito!

Pov Bianca

Nantes ainda está sendo nosso lugar principal, mas não falta quase nada para irmos a Paris. Rafaella seguiu seu próprio conselho sobre o que houve: chill out. Hoje resolvi que passear ao longo do Loire será uma boa. Só não sei se faremos isso por terra ou água.

— Eu acho que vai chover.— Rafaella disse bem convicta. Eu não julgo. Estamos tomando café da manhã com uma bela visão do céu.

Talvez eu tenha apagado no sofá dela ontem, talvez Nicholas tenha me acordado... E estamos aqui agora, em frente a uma janela de tamanho relativamente largo observando as condições climáticas.

— Eu não tenho tanta certeza se vai chover hoje.— rebati calmamente. Nós duas segurávamos uma xícara de café.

— E se chover?— ela me encarou.

— Bom... de açúcar não somos.— levantei levemente os ombros, numa expressão "né?"

Rafaella sorriu. Um sorriso lindo que julguei ser verdadeiro. Acabei sorrindo junto e bebi mais um pouco do café.

— Você decide.— murmurei, afinal a viagem ainda é dela.

— Tudo bem... podemos ir, mas por terra. Tudo bem assim?— eu não só quis rir, como ri segundos após essa pergunta.

— Por acaso a viagem é minha?— questionei calma.— Nós vamos por onde você quiser e tudo bem.

Pov Rafaella

Quantas vezes já mencionei o fato de ela me deixar com a sensação de que eu sou uma pessoa pra lá de boba?

— Já que eu mando na viagem... vamos agora.— bati a mão levemente contra a mesa e levantei.

Ela me olhou boquiaberta, com a xícara de café a milímetros da boca, e abriu um sorriso que não consegui interpretar muito bem.

— Vamos! Vá ao seu quarto, se troque e como você diz... nos encontramos na recepção.

Pov Bianca

Talvez eu esteja bêbada ainda, ou somente embriagada de... felicidade? Será que foi isso que senti ao ver essa ceninha dela? Rafaella me deixou ali sozinha, deixando bem claro: vá embora.

Ah... e Nicholas? Preso em algum desenho.

Eu não fiz nada além de ceder aos desejos mais íntimos dela aquele momento: passear de manhã pelo Loire. E eu sei lá se vesti algo requintado ou não, estou dizendo... essa sensação de bebedeira ainda está presente em meu corpo, e mais forte do que eu gostaria. Não sei quanto tempo demorei para ficar pronta, mas dessa vez a sensação era tão estranha... porque eu sempre estou a esperando, e agora ela espera por mim. Esse elevador não pode ir mais rápido, não?

Enfim! Eu a encontrei parada no mesmo lugar de sempre. Sorri, e caminhei até os dois.

— Si nous allons être seuls, que ce soit à ma façon. Français seulement.— cheguei nesse nível sim!

(Se vamos ficar sozinhas, que seja do meu jeito. Somente francês.)

Ela me olhou e seus olhos falaram apenas uma coisa...

— Quelle audace!

(Que audácia!)

E mesmo assim, saímos do hotel e começamos a andar até o rio.

— Je ne pense pas que ce sera un problème.

(Creio que não será um problema.)

Enfiei as mãos no casaco que vestia, afinal... o tempo estava frio. Se chovesse realmente, eu que lute para aguentar ela dizendo que avisou.

— Et Nicholas?