Capítulo 11: Ela realmente me odeia!

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Pov Bianca

Continuação

Andei até Rafaella para saber o porquê de ela estar fora do planetário. Ela me disse que Daniel estava com Nicholas em uma gift shop, e que ela deveria fazer algumas ligações. Eu nada falei, apenas perguntei se aquele era o fim da noite para eles e a resposta foi sim.

Pov Rafaella

Uow! Pela primeira vez eu vi Bianca fumando e não usando aquela coisa na cintura. Então... no final das contas não era só um adereço estranho de francês. Ela realmente fuma.

Eu já era capaz de pedir um táxi sozinha e explicar o destino, então Bianca foi embora primeiro, não antes de se despedir de Nicholas.

Pov Bianca

— Eu te disse, você precisa parar antes que seus pulmões se esqueçam o que é oxigênio.— Gizelly me olhou com aquela cara como se tivesse toda razão do mundo. Eu revirei os olhos, era exagero.

— Faz mais de um mês que eu estou com o mesmo tanto de cigarro no bolso, não leve isso para lados exagerados.— pedi, apoiada na janela e sentindo o ar fresco que entrava.

— E daí? Não deveria nem ter, para começar. Mas não vou discutir isso com você. Se você acha que te ajuda... eu só posso falar o que falo desde sempre: procure outro meio.— ela saiu do meu lado e se jogou diretamente em um dos sofás. Eu me virei, agora sentindo o vento em minha nuca.

— Eu estou pensando em outro meio há tempos. Me dá um desconto.— pedi. Não era mentira. Às vezes eu odiava.

— Descontei tanto que está de graça.— ela me olhou sorrindo.— Não vou mais comentar sobre isso. Se quer se matar aos poucos, parabéns. Está no caminho certo.— e voltou a deitar a cabeça.

— Você às vezes passa dos limites de melhor amiga, sabia?— perguntei e saí da janela. Me sentei no sofá de frente para Gizelly, cruzando meus braços e a olhei.

— Eu sei muito bem que você fuma para tentar controlar alguns pensamentos e momentos de ansiedade, mas o que eu quero dizer, mesmo fazendo isso de uma forma errada, é para você procurar algum jeito de fazer esse efeito ser permanente ou mais duradouro. Cigarro é passageiro demais.— ela infelizmente não estava errada. Mas isso não significa que eu não posso tirar uma com a cara dela.

— Por isso tenho vários, né...— falei toda inocente.

— Você merecia um sopapo agora.— me olhou com certa raiva. Eu sorri.— Mas eu sei que você vai parar, eu sei que sim.— Gizelly me olhou bem convencida de suas palavras e voltou a encarar o teto.

— Pois eu acho que você não está certa sobre isso agora.— me levantei.— Vou dormir, amanhã é dia de arrumar minhas coisas.

— Quando vocês vão?— ela se sentou e me olhou.

— Depois de amanhã. Toulouse que nos aguarde.— comentei rindo.

— E depois?— Gizelly me seguiu.

— Depois vamos para Nantes.

Pov Rafaella

E mais um dia acordando aqui. França. Parece tudo tão certo, é estranho. A cada dia que passa sinto como se São Paulo fosse apenas uma memória e não o lugar onde eu realmente moro e trabalho. Eu tenho toda uma vida lá.

— Já que temos esse dia livre, o que acha de passear por aqui?— Daniel perguntou me olhando, eu fechei o notebook e tentei assimilar a pergunta dele com qualquer outra coisa que não fosse números ou algo da empresa.

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora