Capítulo 4: Le Château d'If

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Pov Rafaella

Continuação

O prato nos foi servido. Era uma bela e gigante lagosta, acompanhada por vários outros frutos do mar. E... uow!

— Definitivamente é a melhor lagosta que eu já comi.— confessei. Daniel me olhou com um sorrisinho de canto.

— Devo admitir que é uma das melhores que eu já provei. Nota dez!

Bianca sorriu, provavelmente se sentindo feliz, já que o prato foi sugestão dela.

— Aquilo ali...— apontei delicadamente para a estrutura um tanto longe, mas visível. Bianca focou em mim imediatamente.— É outra igreja?

Ela virou e balançou a cabeça.

— Saint-Laurent. Mas não há nada tão interessante por lá, garanto.

— Ei, é o nome da tia Lauren! — Nicholas me olhou sorrindo.

— Quase... — Sorri para ele.

— Ah...! É sim! Todo nome não passa de uma variação. — Bianca opinou e bom... não posso tirar a razão dela, posso? 

— Licença, vou usar o banheiro.— não o respondi. Eu sei muito bem que ele queria checar algo no celular.

— Sabia que a minha mãe tem olhos de esmeralda? Meu pai me disse isso uma vez mas nunca vi uma esmeralda de perto.

Tudo bem que criança é assim, fala sem maldade e quando quer, mas eu não consegui me controlar. Acabei ficando envergonhada e Bianca não ficou diferente.

— Mas se ela têm olhos de esmeralda então você já viu uma de perto. Uma não, duas.—Bianca o respondeu tentando soar o mais natural possível. Minha vergonha simplesmente aumentou e eu não sei porquê.

— Qual seria nosso próximo destino?— tentei acabar com aquele momento mais do que constrangedor. Péssima ideia, agora ela teria que me olhar.

— Montpellier. Vocês vão gostar. Têm um aquário muito lindo. Um zoológico, mais igrejas e museus... tudo bem, parece que só têm essas coisas na França... e talvez seja verdade.— acabamos rindo juntas. A França não era só isso.

— E mesmo se for só isso, o que importa é a companhia, certo?— perguntei.

— Sim, para vocês turistas. Não me leve a mal, mas as pessoas ficam muito emocionadas aqui por coisas que eu considero... nada. Talvez seja porque eu moro aqui e posso não estar dando valor suficiente, mas quando se trata daqui, nem precisamos de companhia além da nossa. Entende? A razão de eu amar esse país, é saber apreciar cada coisa e principalmente sozinha.

Daniel voltou falando sobre um senhor que quis conversar com ele e Bianca pediu licença quando seu celular tocou.

— Mon amour, tu sais que je travaille. Elle boit du lait, tu le sais aussi. (Meu amor, você sabe que eu estou trabalhando. Ela toma leite, você sabe disso também.)

O quê? Eu não sou enxerida. Ela estava perto. E eu tenho ouvidos saudáveis.

— Está gostando da viagem?— Daniel me perguntou um tanto baixo. Pegou minha mão e ficou fazendo carinho ali, um carinho que eu amava.

— Sim.— sorri.— Está sendo incrível.

— Ficará ainda mais incrível.— ele disse com certeza e eu estranhei momentaneamente.

Depois de algum tempo, nós saímos do restaurante e agradecemos pelo excelente atendimento. Mas Daniel e Bianca pareciam animados demais. Ele nos puxou para o cais e a vista era maravilhosa. Mas Bianca revelou a surpresa.

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