Capítulo 44: Crise existencial amorosa

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Pov Rafaella

A noite estava rendendo, isso eu garanto! Dei tantas risadas que minha barriga está doendo. Mas mesmo assim, sempre que acho graça sobre algo, olho em volta tentando encontrá-la e ver se ela também está rindo.

— Nop!— falei balançando a cabeça negativamente, nós estávamos bebendo algo que até pouco tempo eu virava a cara: whisky. E assim, peguei aquele copo e virei.— Preciso dizer a ela.— falei, sentindo a ardência na garganta.— Preciso dizer que não era carência em Paris! — o som não estava nada baixo, minha voz então...

— Mas é claro que não! Nem sóbria você está, Kalimann! Ela pode pensar que você só aparece em momentos como este. Se aquieta!— essa era Marcela...

Meu celular começou a tocar e eu encarei o aparelho como algo divino, esperando para que fosse...

— O QUÊ?!

(...)

— Como isso aconteceu?— vinte minutos depois eu estava totalmente sóbria, vagando pelos corredores do hospital até encontrar Daniel.

— Ele pulou de uma das mesas... só esqueceu que cairia no chão.— ele saiu da minha frente, me permitindo chegar ao verdadeiro paciente.

— Eu escorreguei, mamãe.— Nicholas estava com os olhos marejados e uma enfermeira tentava colocar o acesso para o medicamento.

— Esqueceu de bater as asas, Nick?— Marcela entrou já vestida, e do mesmo jeito que eu... nem parecia que estava enchendo a cara há vinte minutos.

Marcela não trabalhava com crianças normalmente, não era sua especialidade, mas sempre que precisamos de qualquer cuidado médico é com ela que contamos. E às vezes nem chamamos por ela, Mah simplesmente descobre e aparece. Sem contar que Nicholas precisa conhecer muito bem a pessoa nessa ocasião.

— É, está quebrado.— jura?—Sabe o que eu vou fazer? Tirar sua dor em primeiro lugar, certo?— ela dissera sorrindo enquanto meu filho a encarava de volta sem muita animação.

— Certo...

— Rafa? Daniel?— ela fez um movimento com a cabeça, indicando que queria falar conosco longe dele.— Ele quebrou o rádio e deslocou o cotovelo, posso dizer isso antes do resultado do raio-X. É uma coisa bastante dolorosa para colocar no lugar e cuidar depois.

— Você não pode dar nada para ele dormir agora e não sentir?— Daniel perguntou, e se eu não conhecesse Marcela com aquele sorriso...

— É por isso que chamei vocês. Então, permissão dada?

— Claro. Eu deveria ter—

— Crianças se machucam o tempo todo, amor... é a primeira vez que ele se quebra, vamos dar o crédito. Infância concluída.— talvez eu não esteja TÃO sóbria assim.— Digo... é um horror que acontece. Vamos cuidar do melhor jeito.— ele sorriu.

— Estava aproveitando antes de eu acabar com a sua noite?— ele perguntou ainda com aquele leve sorriso no rosto.

— Não fale assim! É nosso filho! Eu poderia estar saudando o Papa, não importa! Ele é minha prioridade sempre.— um pouco mais sóbria?

Marcela aconselhou a ficar na sala de espera, então fizemos isso. Minha mãe e o pai de Daniel estavam por lá também. Nós explicamos o procedimento a eles e nos sentamos.

— Falando nisso... por que não temos uma segunda prioridade?— eu sabia que ele estava me olhando diferente desde quando cheguei, eu sabia!

— Segunda prioridade? Como assim segunda prioridade?— encarei aquele homem com tanta confusão que nem Jesus me salva hoje. Fora a preocupação! Marcela deixaria apenas uma pessoa entrar, e essa pessoa OBVIAMENTE seria euzinha aqui.

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