Capítulo 29: Me chamo Íris

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Pov Bianca

Anoiteceu e percebemos isso ainda perto do Obelisco. Após visitarmos o Guimet, um belíssimo museu de arte asiática, decidimos voltar ao objeto utilizado na barganha entre França e Egito no século XIX. E... cara, estava frio! Cada risada era um desenho diferente no ar. E isso me incentivou a rir cada vez mais, confesso!

— Acho que é hora de voltarmos, não?— Rafaella perguntou, novamente desenhando sobre o ar. E ela tinha razão, estava na hora de irmos.

— Então vamos.— sorri. Era Paris, eu não me importava de ficar em casa ou na rua. Era Paris.

Fizemos todo o caminho inverso, voltando para a agência. Dessa vez Rafaella não foi diretamente para o hotel.

— Vai, me mostra o lugar... o que você faz aqui?

Isso me pegou de surpresa total! Não estava pronta.

— Bom...— sorri ainda sem graça.— Eu... mando.— meu deus como que volta pro corpo? — Você viu hoje mais cedo, eu faço um pouquinho de tudo aqui. Geralmente deixo o Miguel, ele manja mais aqui na frente, não vou mentir. Então passo a maior parte do tempo montando as excursões. Atendendo chamadas, criando... é um mundo aberto.

Pov Rafaella

Eu fico boba com qualquer pessoa que explica um assunto que domina. Boba.

Os olhos de Bianca brilham toda vez que ela fala do trabalho. Isso é... demais!

— São todos seus?— olhamos para Nicholas, ele estava em frente a uma espécie de quadro, onde alguns troféus e certificados estavam expostos.

Os olhos de Bianca brilharam duas vezes mais, eu juro!

Ela andou até ele, e eu a segui.

— Sim! São certificados que dizem o quão boa eu sou no que faço.— eu sorri com essa frase.

— Bia? Você não sabe o que...— fomos pegas de surpresa por... uma verdadeira miniatura de Bianca. Meu Deus! Ela começou a alternar o olhar entre a gente e sorriu levemente.— Eu volto mais tarde...— ela estava prestes a sair, mas Bianca impediu.

— Pode ficar, eu estava levando Rafaella embora.

— Não, você estava dizendo o quão boa é no seu trabalho.— Íris, até onde eu sei, disse de uma maneira brincalhona e eu vi Bianca corar levemente. Por quê?— Eu vou subir. E... você está vermelha, Bia.

E assim, a mini Andrade subiu.

Eu segurei o riso tão forte, que quase perdi o ar.

Pov Bianca

Oh, Íris... o que faço contigo?

Corei. Corei sim! Eu não gosto que joguem na minha cara que eu me gabo por certos prêmios. Deus! Eu estou quente!

— Pode rir, Rafaella.— passei por ela para pegar a chave de uma das portas, já que o horário estava no limite. Era verdade, eu estava prestes a levá-la embora.— Conheceu a fera.

Rafaella me olhou de uma forma divertida mas que ao mesmo tempo dizia "não fale assim".

— Qual é?— ela me olhou rindo de leve.— Qualquer adolescente pode ser considerado uma fera. Ainda mais os prés-adolescentes. Relaxa, ela talvez te coma viva e só!— eu sequer me dei o trabalho de responder. Saímos da agência.

— E aí você nunca mais saberá nada sobre a França do jeito que eu sei. Que triste para você, Kalimann.— atravessamos a rua e Rafaella deu uma pequena gargalhada.

My Interpreter (Rabia Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora