O que irei falar agora? Bem, recebi a tão esperada resposta da Justiça, mas não quero falar sobre isso, vou sim evitar falar sobre isso, porque quando penso, a tristeza me inunda e preciso de tempo para tirar toda a água, então vou falar sobre o que estava pensando àlguns dias atrás, o tão difícil e complicado, mas belo e perfeito: o amor, sim, vou falar "dele".
"I can't take my eyes off of you". Meu lado consciente diz que não foi para mim, eu sei que não foi para mim, ele não disse que foi para mim, mas vai dizer isso para o meu coração... Estou falando do vídeo que ele gravou cantando The Blower's Daughter, que não tenho palavras para descrever como me sinto escutando, é como se reapaixonar, apaixonar-se pelo que a música diz, pelo que ele diz, mesmo sabendo que não é para mim.
Como pode alguém cantar com tanta emoção sem pensar em alguém? Esse foi meu coração querendo me sabotar. Resolvi me deixar levar por uma noite ou mais, vou, para escrever esse livro, me apaixonar por ele novamente, lendo nossas conversar antigas, as mensagens que eu guardei, vendo nossas fotos, lembrando nossos momentos. Agora, e apenas agora, me dei conta de que isso é impossível, quero acreditar que não, mas é impossível, pois, apesar de sorrir lendo, não sinto mais as borboletas no estômago, o frio na barriga, as orelhas e o rosto quente.
Sei que é impossível, porque aquilo dito um dia a mim ou por mim, não é mais verdade, era sim na época, mas acabou. Relembrar sentimentos não significa revivê-los, não significa torná-los reias e mútuos. Prova disso acontece quando, ao reler tudo aquilo, converso com ele de novo e ele não diz o que quero ouvir, não fala como antigamente falava.
Sei que devo explicar melhor nossa relação, como começou, como caminhou, os obstáculos; peço então paciência, assim como autores fazem pesquisas para criação de seus livros, preciso continuar a ler nossas conversas para explicar, tanto a mim mesma, quanto a vocês. Com boa parte do mistério já analisada, e o sentimento que predomina em mim é tristeza, me dói saber que li três meses de conversa e não me sinto apaixonada. Salvei as melhores partes, mas elas se resumem a primeiras vezes: primeira vez que conversamos, primeira vez que ele me chamou de "gata", primeira vez que eu percebi que ele gostava de mim...
Me deixa triste porque eu realmente esperava me reapaixonar um pouquinho, mas até agora me parece tudo tão normal, nada extraordinário. Talvez eu devesse ler os SMS, mas apaguei a maioria e os que guardo parecem ser de outra pessoa. Ou ainda penso: "Sério que me apaixonei por essas palavras?! Só isso me fez realmente achar que passaríamos o resto da vida juntos?! Sua besta, idiota!".
Agora não há maneira de voltar atrás, não tenho um pingo de arrependimento, e admito tranquilamente: Sim! Me apaixonei por ele! Sim! Disse que o amava! Sim! O amei! Sim! O amo... O amo, amo. Como posso ser tão burra? Mas o amo. Nada atualmente me dá motivos para isso, mas o amo. Me dói admitir, mas o amo. E isso faz de mim uma fraca, eu sei, mas o amo. Espero que quando eu ler isso, casada e feliz, ria de mim agora, me ache uma idiota besta, que, ao reler isso, eu já saiba o que é o amor verdadeiro e veja que tudo isso não passou de um amor infantil e bobo, eu espero.
Por mais bobo que tenha sido, ou ainda seja, ele foi, ou ainda é meu primeiro amor e dizem que o primeiro agente nunca esquece, e também quero que seja assim. Apesar de todas as partes ruins, agradeço a ele tudo que vivi, os sentimentos, o carinho, o primeiro beijo, o amor... Se nossa relação tiver um fim, não o odiarei, não o condenarei, apenas o amarei como um velho amigo que me ajudou a descobrir o mundo de outra forma e por isso o amarei eternamente.
09/03/13
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Para não sufocar
Non-FictionHistórias do meu cotidiano, desabafos, coisas que sinto e que preciso por em palavras para não sufocar, escritas ao longo de 9 anos e contando.