Direto falo sobre o que me tornei, minhas qualidades e defeitos, o que sou, mas como cheguei até aqui? Realmente acho que meu caráter, valores e personalidade já estão formados, com meus 16 anos já estou pronta, e sempre paro para pensar como cheguei aqui, tenho consciência e coragem para admitir todo pelo que passei e aqui vai.
Primeira filha de um casal novo, um pai que saiu da casa dos pais pra trabalhar com 14 anos porque eles o pressionavam demais, uma pai criada com quatro irmão numa cidadezinha, primeira neta, a filha mulher que minha vó sempre quis ter, nada de berço de ouro, morava num puxadinho na casa da minha vó, mimada demais, uma criança chata, egoísta, egocêntrica, que brincava de boneca e adorava desenho. Por ser egoísta, escola com nem três anos completos, maior parte da vida criada em um colégio católico, de irmãs, com 10 alunos por sala, resumindo: vivia em uma bolha.
Eis que furam a bolha, uma pessoa, agora conhecido como irmão. Gosto de dizer, e sei que é verdade, que nos damos tão mal porque somos muito parecidos, é a prova que eu sou chata e insuportável. Enfim, nos damos muito mal, também pudera, ele estourou a bolha de perfeição em que vivia. Mas não tive a opção de ficar revoltada, me negar a crescer, pelo contrário, foi nesse tempo que fui me tornando o que sou agora.
Bem, eu sou hoje uma jovem racional, crítica, com gosto por liderar, grande consciência econômica e ecológica, de uma família que trabalha todo dia para poder pagar escola, com gosto por escrever e que adora internet. Gosto da escola, amo aprender, tiro boas notas etc., por isso a escola sempre foi meu refúgio, por isso sou tão racional, mas me sinto mal quando isso se torna uma obrigação tão grande, com uma pressão social absurda, quando ganhar dinheiro no futuro se torna mais importante que conhecimento, daí deixo o estudo meio de lado e fujo pra internet.
Com meus amigos sou uma palhaça, doida, eu os amo mais que tudo, por eles eu acordo e decido ir para a escola todo dia, com eles alívio meu fardo, essa cabeça tão barulhenta que tenho. Normalmente aguento calada os erros e julgamentos errados da minha família, não tenho nada a reclamar da minha criação afinal, mas crítico a criação do meu irmão, na verdade crítico calada já que não vai fazer diferença. Acho que por isso escrevo, para quando estiver no papel das pessoas que crítico não seja hipócrita de cometer os mesmos erros.
Não sei como terminar, esse tipo de texto não tem fim, ainda tenho muito pela frente, e assim vou esclarecendo minhas próprias dúvidas...
07/08/13
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Para não sufocar
Não FicçãoHistórias do meu cotidiano, desabafos, coisas que sinto e que preciso por em palavras para não sufocar, escritas ao longo de 9 anos e contando.