Uma olhada no espelho, um pensamento sobre andar sozinha a noite, um ou dois filmes sobre amor, mil reflexões na minha cabeça, principalmente sobre a morte... Não, não vou me matar ou arriscar a vida perigosamente, apenas pensei o que diria se soubesse que meu fim estaria próximo, meus arrependimentos e esse tipo de coisa.
Como arrependimento se eu morresse amanhã, diria "não ter me apaixonado", por ele talvez, pelo meu menino, eu diria, não ter corrido atrás, etc. No próximo instante pensei, e se isso tivesse acontecido, qual seria o próximo passo? Aí está o problema, na minha visão de mundo, na minha vida perfeitamente planejada, depois do grande amor não há mais nada, nada, nem filhos, nova família, nada. Como no fim de um romance, esse seria o fim, depois do grande amor a minha vida estaria zerada, morrer de amor seria ok, sem problemas.
É uma imagem totalmente egoísta e mesquinha, não se preocupar com o sofrimento dos outros, dos meus entes, dos meus amigos, do meu amor, mas é minha imagem, com direito de ser egoísta mesmo, me desculpe os outros. Já que o amor zeraria minha vida, nessa visão de uma pobre adolescente de 17 anos, sem nenhuma experiência de vida, me esquivo do amor, me recuso a beijar qualquer um, a experimentar, tentar, por que sei que vou sofrer demais, tenho medo do sofrimento, mas do que medo da morte. Continuo a assistir histórias de amor alheias, querendo, com medo, viver tão intensamente assim, ser capaz de se entregar apenas por causa de reações elétricas e químicas no meu cérebro.
20/07/14
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Para não sufocar
No FicciónHistórias do meu cotidiano, desabafos, coisas que sinto e que preciso por em palavras para não sufocar, escritas ao longo de 9 anos e contando.